Iniciativa já está em curso em Portugal, Egito, Suíça e outros países
Na tarde da sexta-feira (31), o representante de negócios da Venezuela, Freddy Meregote, participou de coletiva de imprensa em Belo Horizonte (MG), onde lançou a campanha #TrumpUnblockVenezuela (Trump Desbloqueie a Venezuela). É a primeira vez que a ação é apresentada no Brasil, porém, embaixadas venezuelanas em diversos países como Angola, Portugal, África do Sul, Egito, Moçambique, Turquia e Suíça vêm divulgando a campanha desde 6 de maio.
Segundo o governo venezuelano, a economia do país perdeu cerca de 130 bilhões de dólares entre 2014 e 2018, resultado de impedimentos econômicos feitas pelos Estados Unidos. As sanções são fruto de sete decretos executivos e uma lei do governo americano, que determinaram bloqueio e confisco de ativos financeiros, o aumento do risco-país, a proibição de operações com ouro (a Venezuela tem a quarta maior jazida do mundo), sanções ao Banco Central venezuelano e proibições relacionadas à empresa estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela), que é a maior fonte de renda do país.
Em janeiro e fevereiro, o governo de Donald Trump “roubou a empresa refinadora de petróleo e todos os seus ativos”, como diz Freddy Meregote. Os EUA bloquearam cerca de 7 bilhões de dólares em ativos da PDVSA e determinou que a refinadora Citgo, filial sediada em território norte-americano, passasse a depositar rendimentos em uma conta bancária bloqueada. Isso significa que o que se produz na empresa não mais é de domínio do governo venezuelano.
“Nosso procurador da República fez uma denúncia em Genebra, na ONU, sobre essa nova forma de fazer um roubo internacional, porque essa empresa é legítima do povo venezuelano. É o povo da Venezuela que tem que ter o controle de toda a aparato da empresa PDVSA, que é o principal ingresso de divisas para a Venezuela”, defende Freddy Meregote.
Em 2019 já são 5 bilhões de dólares bloqueados
Até 30 de abril de 2019, o governo venezuelano apontava que nove bancos confiscaram ou congelaram cerca de 5,4 bilhões de dólares venezuelanos. No topo da lista dos retentores está o Novo Banco, de Portugal, que retém 1,5 bilhão de dólares. Em segundo, o Bando da Inglaterra, que retém 1,3 bilhão de dólares.
O representante venezuelano afirma que o bloqueio está prejudicando a compra de alimentos e vacinas, por exemplo, já que o pagamento feito pelo governo da Venezuela nem sempre chega ao destinatário. Em 2017 e 2018, estima-se que bancos europeus e dos EUA impediram operações financeiras para compra de alimentos na ordem de 300 milhões de dólares.
Fonte: Brasil de Fato