Beto Almeida*
De um lado o governo destinando cerca de 1,2 trilhões de reais para o bancos, que, além disso, receberam do Senado Federal o sinal de que podem ser presenteados com uma lei regulamentando a absurda remuneração dos depósitos bancários, e , de outro, o Comandante do Exército Edson Pujol , afirmando, claramente, que a Instituição não tem recursos para cumprir sua função constitucional – sua razão de existir – a defesa da soberania em caso de guerra.
Desde que Fernando Henrique Cardoso assinou o Consenso de Washington, o Brasil passou a sofrer o processo de redução do estado, o que inclui este suicídio patético de um país tão rico não ter capacidade para defender suas riquezas naturais. Evidentemente, os governos dos dois Fernandos, Collor e Cardoso, promoveram uma antipatriótica entrega do mais importante do patrimônio nacional. Sem que , para isso, fora necessária, qualquer intervenção de infantaria externa: os dois governos entregaram, de bom grado, gratuita e criminosamente, as mais rentáveis e competentes empresas estatais, sendo o exemplo mais patético, a venda da maior mineradora do mundo, a Vale do Rio Doce, a preços negativos.
Lamentavelmente, nos 14 anos de governos Lula-Dilma, não se procedeu a revisão desta privataria escandalosa, conforme denunciou e documentou o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro JR. Sequer se aproveitou a maioria de acionistas , no caso da Vale, para efetivar uma renacionalização da empresa, o que era perfeitamente realista, como tentou fazer o saudoso brasileiro Carlos Lessa, então presidente do BNDES.. Também não se realizou a renacionalização das ações da Petrobrás vendidas a preço vil na Bolsa de Nova York, quando houve condições propícias a esta recuperação, inclusive, sugerida por integrantes do próprio governo Lula, que estava de acordo com a medida, que, no entanto, não foi encaminhada. Lembremo-nos, o Ministério da Fazenda de Lula foi ocupado por Antônio Palloci, de intensas relações políticas com a Tirania Financeira, período em que induziu o governo a quebrar o Monopólio Estatal do Seguro e Resseguro, que havia sido criado pelo Presidente Getúlio Vargas. O próprio presidente Lula reconheceu “nunca os banqueiros ganharam tanto dinheiro como no meu governo”. A frase é dele.
Vale recordar , para medir o grau de anti patriotismo selvagem de Fernando Henrique Cardoso, que em seu período os recrutas do Exército eram dispensados antes do almoço, em razão de inexistência de recursos para servir o rancho, Mas, ainda durante o governo FHC, a Taxa de Juros chegou a 48 por cento, estimulando um ex-czar da economia brasileira a proferir célebre frase: “só cocaína dá mais dinheiro que o rentismo”
A frase do Comandante Pujol é retrato do perigo que ameaça a Nação Brasileira, visto que em todo o mundo eleva-se, sistematicamente, o intervencionismo militar, seja para solução de problemas energéticos (rapina), seja para imposição de governos vassalos aos ditames da oligarquia financeira mundial, representada por uns poucos Fundos de Investimentos, que, por sua vez, são os verdadeiros proprietários da indústria de armas, de vacinas, de mídia e de pesquisa. Exatamente neste quadro de intervencionismo ativo, extremado, FHC , agora continuado por Bolsonaro, promoveu o desarmamento unilateral brasileiro, seja na esfera nuclear, seja raquitizando a indústria de defesa, ou mesmo privatizando empresas estratégicas para a Defesa Nacional, como a Embraer e a Petrobrás. Que mobilidade pode ter uma tropa que tem que se abastecer de combustível importado de possíveis intervencionistas, sendo que o Brasil tem condições de ter autossuficiência em petróleo e derivados, além de ter a indústria do etanol, embora desnacionalizado, por agora.
Revela-se a falsidade de todo este discurso que acena com nacionalismos abstratos e soberania retórica, mas promove a desnacionalização do gasoduto de Urucu, no estado do Amazonas. Pode haver informação mais estratégica para o inimigo que cobiça riquezas amazônicas que saber que o Brasil não tem capacidade de defender a maior reserva de nióbio do mundo¿¿
Certamente não passa despercebido aos militares patriotas, nacionalistas honrados, o exemplo que vem da Venezuela, onde se construiu uma sólida Unidade Cívico-Militar, capaz de proteger a soberania do país contra sanções, sabotagens, e variadas ações agressivas contra a Pátria de Bolívar. Lá, as Forças Armadas se prepararam, se fortaleceram, sabem que têm a obrigação sagrada de defender a soberania venezuelano sobre o imenso manancial petrolífero do país. Porém, comparado com o elenco de riquezas de que o Brasil é possuidor, sobretudo a maior de todas as riquezas, o maior manancial de nióbio de todo o mundo, além da biodiversidade incomparável, permitindo a eterna energia da biomassa, torna-se evidente, que o maior alvo é exatamente o Brasil. Pateticamente desarmado, por ações irresponsáveis de sua elite dirigente.
*Beto Almeida, Jornalista
Fonte: Pátria Latina