Publicado em 25/08/2018
Ao que tudo indica o pêndulo está a oscilar agora para esquerda, a eleição em junho passado de Pedro Sanches do PSOE para primeiro ministro da Espanha foi um mau sinal e mais um motivo de constrangimento para o golpista, após aparecer em uma foto segurando um cartaz com os dizeres Lula livre!
A eleição de Pedro Sanches trouxe também um novo alento para a Venezuela, pois o primeiro ministro anterior era do PP, um partido de direita que fazia oposição aberta. O PP (Partido Popular) é na verdade a ponta de lança do conservadorismo europeu na América Latina. Com o PSOE a frente do governo espanhol, representará um grande alívio para Maduro, que já anteriormente durante a eleição presidencial venezuelana teve o respaldo de Felipe Gonzáles, também do PSOE e antigo primeiro ministro espanhol.
Com a oposição dividida e enfraquecida e contando agora com o apoio da Espanha, Maduro poderá concentrar com maior intensidade nas soluções dos problemas econômicos da Venezuela. A recuperação do preço do petróleo também veio em boa hora!
Se somado a eleição do Partido Socialista Operário Espanhol, tem também Portugal, agora governado por uma coalizão de esquerda que vai dos socialistas passando pelos verdes (os verdes na Europa são de esquerda ao contrário do Brasil!) e os comunistas. Isso que dizer que os golpistas do governo Temer estão cada vez mais isolados e não conta com apoio diplomático do “Europa Ibérica”.
Na Colômbia ocorreu uma importante eleição, apesar da derrota do candidato de esquerda Gustavo Petro, houve uma mudança de paradigma, porque até então nenhum candidato declaradamente de esquerda havia chegado no segundo turno.
No México, a eleição do candidato de esquerda Lopez Obrador foi mais uma derrota do conservadorismo latino americano.
No campo doméstico, Lula mesmo da prisão continua assombrando os golpistas que não possui um único candidato competitivo, devido à dose cavalar da política neoliberal imposta por Temer. Perderam qualquer base de apoio popular!
Como isso não bastasse, na sexta-feira (17/8), o Comitê de Direitos Humanos da ONU proferiu uma decisão histórica e de alta relevância para a defesa das garantias fundamentais ao acolher o pedido de liminar da defesa em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assegurar que ele possa “concorrer nas eleições de 2018” do Brasil, com “acesso adequado à imprensa e aos membros do seu partido político”. Segundo a vice-presidente do Comitê de Direitos Humanos da ONU, a americana Sarah Cleveland o Brasil tem que cumprir essa liminar. Apesar de alguns membros do Supremo, o Itamarati e próprio governo Temer afirmarem que a decisão não tem efeito vinculante, o Senado Federal, na figura de seu presidente Senador Eunício Oliveira emitiu uma nota em 23/08 em solicitação à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o qual reconhece que o Brasil é signatário do Pacto Internacional e de seus protocolos facultativos, o que torna a determinação da ONU obrigatória.
Eis a íntegra da nota:
NOTA PÚBLICA
Em atenção à solicitação da Presidente do Partido dos Trabalhadores, o Presidente do Senado Federal informa que o Brasil é signatário do “Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos” e de seus Protocolos Facultativos, assinados na ONU em 16 de dezembro de 1966.
O tratado internacional tramitou na Câmara e no Senado entre janeiro de 2006 e junho de 2009, sendo aprovado em ambas as Casas, e foi promulgado pelo Decreto Legislativo nº 311, de 2009, conforme publicado no Diário Oficial da União de 17 de junho de 2009, encontrando-se em pleno vigor.
Senador Eunício Oliveira
Presidente do Senado Federal
Pois bem! Contra fatos não há argumentos, ou o Brasil cumpre a resolução, ou será uma nação pária.
Fortes emoções ainda há que se aguardar, muita água de baixo da ponte ainda há que passar. A cada dia mais e mais cidadãos revoltados percebem que foram enganados com o golpe que afastou uma presidente honesta, para que uma quadrilha de políticos ladrões e parte do judiciário pudessem assaltar os cofres públicos, assim como a condenação de Lula foi uma farsa!
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