Tel Aviv furiosa depois que delegação israelense foi expulsa da cúpula da União Africana

Autoridades israelenses culparam o Irã pelo incidente, alegando que ‘países extremistas’ como Argélia e África do Sul estão sendo ‘controlados’ por Teerã

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Cúpula da União Africana Adis Abeba, Etiópia (Crédito da foto: AP)

Funcionários do governo em Tel Aviv expressaram sua consternação depois que a delegação israelense foi expulsa da cúpula da União Africana (UA) na capital etíope Addis Abeba em 18 de fevereiro, supostamente a pedido da Argélia e da África do Sul.

“Israel vê com seriedade o incidente em que a vice-presidente para a África, embaixadora Sharon Bar-Li, foi removida do salão da União Africana, apesar de seu status de observadora credenciada com crachás de acesso”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Hayat.

Hayat culpou o Irã pela expulsão da delegação, lamentando que “a União Africana tenha sido tomada como refém por um pequeno número de países extremistas como a Argélia e a África do Sul, movidos pelo ódio e controlados pelo Irã”.

Um funcionário da UA que falou com a AFP disse que o oficial israelense que foi escoltado pela segurança não foi convidado para participar da reunião, já que o convite intransferível foi feito ao embaixador de Israel na UA, Aleli Admasu.

“É lamentável que o indivíduo em questão tenha abusado de tal cortesia”, disse o funcionário.

O porta-voz do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, Vincent Magwenya, por sua vez, disse à AFP que Israel “deve comprovar sua alegação” sobre o suposto envolvimento de Pretória no incidente.

O credenciamento de Israel ao bloco de 55 membros tornou-se uma questão controversa para muitos estados membros.

A decisão de 2021 do chefe da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, desencadeou uma rara disputa dentro de um órgão que valoriza o consenso, com poderosos Estados membros que sofreram com o apartheid e a colonização, principalmente a África do Sul, protestando ruidosamente contra a medida.

A Argélia também protestou contra a medida, argumentando que contradizia as declarações de apoio da UA aos territórios palestinos.

A cúpula da UA do ano passado suspendeu o debate sobre a retirada do credenciamento de Israel e estabeleceu um comitê para tratar do assunto.

Após o credenciamento de Tel Aviv em 2021, o grupo de resistência palestino Hamas condenou veementemente a decisão, descrevendo-a como “chocante e repreensível”.

“A decisão legitimaria a presença do regime de ocupação israelense em nossas terras e lhe daria mais chances de levar adiante seus planos de negar os direitos aos palestinos e continuar com seus crimes brutais contra eles”, disse o movimento em um comunicado.

Eles também pediram aos estados africanos, que disseram “ainda sofrem com o jugo do colonialismo e do racismo”, a “expulsar” Israel do bloco pan-africano e a impulsioná-lo com sanções “até que ele concorde com a verdade e a justiça”.

Fonte: The Cradle

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