Após inúmeras e massivas manifestações contrárias ao governo ditatorial, que já durava 30 anos, Omar Al-Bashir foi removido do cargo por um golpe militar na última quinta-feira, 11 de abril. O ex-ditador foi preso. Um “conselho militar de transição” foi instituído.
As Forças Armadas anunciaram que supervisionarão o “período de transição”, que deverá durar dois anos. A Constituição do país foi suspensa, as fronteiras foram fechadas e foi anunciada a decretação de um estado de emergência de três meses de duração, além da imposição de um toque de recolher. No entanto, foi anunciado, também, que todos os presos políticos detidos pelas forças do antigo governo por conta das manifestações contra a ditadura de Al-Bashir serão libertados.
Al-Bashir gozava do apoio externo da Troika (da União Europeia), dos EUA, do Canadá e de governos reacionários da região, como Qatar, Egito e Turquia.
O Partido Comunista Sudanês, em nota publicada em 12 de abril, informou que milhões de sudaneses desafiaram o toque de recolher e ocuparam a praça situada em frente ao quartel-general do exército, comemorando a saída do ditador e exigindo que todos os colaboradores de Al-Bashir deixem o governo. “As Forças pela Liberdade e Mudança desafiam o “conselho de transição militar” e exigem a entrega imediata do poder aos representantes do povo”, diz a nota do PCS, que classifica o golpe de 11 de abril como um golpe palaciano clássico e que, embora Al-Bashir tenha sido retirado do poder, o regime permanece.
O PCS informou que seus dirigentes – incluindo o Secretário Político Al-khateeb – foram libertados e que, ao visitarem a sede do partido, receberam uma ovação de pé sob o slogan “Liberdade, Paz, Justiça. A revolução é a escolha do povo!”
O Partido avalia que a retirada de Al-Bashir e a libertação de todos os presos políticos foi uma vitória e afirma que todas as forças da oposição mantêm-se inflexíveis e ainda mais unidas em sua resolução de continuar a luta até o estabelecimento de um governo civil que represente as massas e implemente o programa alternativo democrático aceito por todas as forças de oposição em luta.
“A Revolução Continua até a Vitória Final”, afirmam os comunistas sudaneses.
Fonte: PCB