Por Sara Flounder
Muito antes da intervenção russa de 24 de fevereiro, o regime golpista-fascista de 2014 apoiado pelos Estados Unidos havia reduzido a Ucrânia ao país mais pobre da Europa e com a maior taxa de migração. O Fundo Monetário Internacional reestruturou a economia e exigiu medidas de austeridade que destruíram as pensões e cortaram o gasto social. As privatizações maciças de bens de propriedade social levaram à ruína econômica.
Agora o tráfico de pessoas com fins de exploração sexual comercial e trabalhos forçados, juntamente com a compra de crianças em orfanatos, está mais estendido na Ucrânia do que em qualquer outro país europeu. A maior indústria de barrigas de aluguel do mundo está na Ucrânia; as mães de aluguel recebem 15 mil dólares por criança. (borgenproject.org/…)
A Ucrânia, apesar de estar inundada de armas da OTAN, carece tanto de serviços sociais básicos que tem as taxas de vacinação mais baixas da Europa. As taxas de vacinação contra a pólio, o sarampo e a difteria são de 53%. E só um em cada cinco ucranianos recebeu uma dose completa da vacina Covid-19, o que coloca preocupações sobre a aparição de novas variantes de Covid-19 nas condições de promiscuidade dos refugiados fora da Ucrânia. (www.wilsoncenter.org/…)
Ucrânia: um peão da OTAN
Ainda que não seja oficialmente membro da aliança militar da NATO sob o comando dos Estados Unidos, a Ucrânia recebeu centenas de milhões de dólares em equipamento militar letal dos Estados Unidos. As tropas ucranianas serviram sob o comando dos EUA e da OTAN no Iraque e Afeganistão. Como “Sócio de oportunidade melhorada”, a Ucrânia acolheu exercícios de treino militar conjunto com tropas estadunidenses, britânicas e canadianas.
No leste da Ucrânia e países da OTAN estão a ser instaladas armas com capacidade nuclear táctica, que poderiam alcançar cidades russas em questão de minutos.
A guerra na Ucrânia poderia terminar hoje se os Estados Unidos deixassem de bombear milhares de milhões de dólares em armas letais e milhares de “assessores” militares estadunidenses e contratistas militares privados – mercenários – na Ucrânia. Esta guerra devastadora nunca teria começado se estas forças treinadas e equipadas pelos Estados Unidos não tivessem estado a bombardear os 2000 quilómetros de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia durante os últimos oito anos, tudo isso enquanto os Estados Unidos e a OTAN estavam a cercar a Rússia com bases militares nos países vizinhos.
A Ucrânia é um peão nesta estratégia dos Estados Unidos contra a Rússia. O único caminho para a paz e a dissolução da OTAN. A OTAN fora da Ucrânia!
[*] Jornalista
Fonte: resistir.info