Do Blog do Esmael -Entre agosto e setembro, o ministro do STF Gilmar Mendes irá colocar em julgamento a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.
O pedido para a anulação da sentença de Moro partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acabou preso por 580 dias em virtude da condenação sofrida no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Embora muitos não saibam, a Segunda Turma, que irá apreciar o habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, é presidida desde o final de junho por Gilmar.
Por motivos óbvios, os jornalões não fizeram muita questão de reverberar a troca de comando na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. O colegiado era conduzido pela ministra Cármen Lúcia.
A vez de presidir a Segunda Turma seria do decano Celso de Mello, mas ele declinou do rodízio e então “sobrou” para Gilmar.
O decano será aposentado compulsoriamente em novembro, ao completar 75 anos, entretanto, Gilmar Mendes afirmou que faz questão de Celso de Mello nessa votação cujo placar –segundo o mundo jurídico– estaria 2 a 2.
Caso a suspeição de Sergio Moro seja confirmada e a sentença condenando Lula anulada, o cenário eleitoral pode complicar para o ‘ex-todo-poderoso’ da Lava Jato. O ex-juiz pode ser carimbado como incompetente, pois não teria agido com a diligência necessária contra o petista.
Além disso, frise-se, o custo gerado pela movimentação “inócua” da máquina estatal na persecução penal –e política– contra um ex-presidente da República “inocente” foi uma enormidade para todos nós brasileiros.
Some-se à “incompetência” –no sentido popular de “incapacidade” e “inaptidão”– o prejuízo que a Lava Jato provocou ao quebrar vários setores da economia nacional, o que contribuiu para agravar a pauperização da sociedade neste período de pandemia do novo coronavírus.
A suspeição de Moro interessa a segmentos do empresariado, ao governo, ao Congresso, ao PT e parte do Ministério Público Federal (MPF) não alinhado à Lava Jato e à “República de Curitiba”. Porém, diante da proximidade do julgamento no STF, a turma do “deixa-disso” já entrou em campo durante o recesso do judiciário que irá até 31 de julho.
O ministro Gilmar Mendes, que é o “dono da bola”, noutro momento, disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tinha feito ao menos duas coisas boas ao País: 1- tirar Moro de Curitiba e 2- ter demitido o ex-juiz do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Como se vê, caro leitor, não será difícil convencer Gilmar Mendes a “afrouxar a tanga” para garantir o projeto eleitoral Moro 2022 –salvo se ocorrer algo que as vistas não alcançam…