Na última sessão do Supremo no primeiro semestre, dia 25 de junho, quando se adiou a votação do pedido de decretação do processo do “triplex” do Guarujá, “atribuído” por Sérgio Moro a Lula, Celso de Mello disse que já tinha formado juízo de mérito sobre o caso, ao explicar porque negava um habeas corpus de ofício a Lula:
(…)pedindo vênia aos eminentes ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, me manifesto no sentido do indeferimento da concessão da medida cautelar, na linha do voto proferido pelo eminente ministro relator, mas insistindo em que este meu pronunciamento não envolve nem sequer antecipa a decisão que eu já tenho preparada e que já tenho pronta no voto elaborado para examinar o mérito, o fundo, da controvérsia suscitada na presente processual”
Hoje, na entrevista que deu ao Estadão, o decano do STF disse o contrário, que ainda está formando sua opinião:
É aguardada com expectativa a posição do senhor no caso em que a defesa do ex-presidente Lula alega parcialidade do então juiz Sérgio Moro na sentença do triplex. O voto do senhor, que deve ser decisivo, já foi concluído?
Eu tenho estudado muito, porque é uma questão que diz respeito não só a esse caso específico, mas aos direitos das pessoas em geral. Ainda continuo pensando, refletindo. Eu, normalmente, costumo pesquisar muito, ler muito, refletir bastante para então, a partir daí, formar definitivamente a minha convicção e compor o meu voto.
A convicção do senhor já está formada nesse caso?
Não, não, eu estou ainda em processo de reflexão.
Os fatos, portanto, estão mexendo com o STF.
E muito.
Do Tijolaço