Em transmissão semanal pelas redes sociais na noite de quinta-feira (18), Bolsonaro voltou a defender seu filho Eduardo para dirigir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos e admitiu que quer “beneficiar o filho, sim”.
Segundo ele, “se puder dar um filé mignon para o meu filho, eu dou”. Em seguida tentou consertar sua declaração, dizendo: “Mas não tem nada a ver com filé mignon essa história aí”. “É, realmente, nós aprofundarmos um relacionamento com um país que é a maior potência econômica e militar do mundo”, tentou enrolar.
Dez dos trinta minutos da transmissão foram dedicados a mal explicar a indicação do seu filho para a embaixada. Ele jurou que a indicação “não é nepotismo” e expôs o seu incômodo com seus eleitores que discordam da indicação: “Quem diz que não vai votar mais em mim, paciência. É igual aquele maridão malandro. Está lá, felicíssimo com a mulher seis meses depois do casamento. Em um dia lá, a mulher queima o ovo dele. Ovo na frigideira, pra deixar bem claro [risos]. Aí pronto, já quer acabar com o casamento. Não tem cabimento isso aí. Vai ter coisas que eu vou desagradar vocês“.
Ele só não avisou isso aos seus eleitores, antes da eleição.
Bolsonaro também, pela terceira vez no dia, voltou a desdenhar do atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e disse que pode fazer com ele o que quiser. Segundo ele, “se quiser”, manda o ministro para a embaixada nos EUA e coloca no ministério o seu filho.
Bolsonaro ainda desprezou o Congresso e os eleitores para rebater os bolsonaristas, que argumentam que Eduardo estaria desrespeitando os votos que recebeu para se eleger deputado federal, se assumisse a embaixada nos EUA.
“Alguns falam que ele [Eduardo Bolsonaro] tem compromisso com 1 milhão e 800 mil eleitores, tudo bem, acontece. Mas nesse mar, que está o Hélio lá, de 513 deputados, um bom embaixador dos Estados Unidos é muito mais produtivo, com todo respeito que tenho ao Hélio, que está do meu lado aqui”, disse, referindo-se ao deputado Hélio Negão (PSL-RJ).
Do HP