Relações entre a Rússia e os EUA “Elas estão se degradando”, ficando “cada vez pior”, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista ao canal de televisão Mir
Referindo-se às atuais tensões comerciais entre a China e os EUA, o presidente russo disse que “do ponto de vista do senso comum”, a Rússia “não tem motivos para interferir nas negociações” entre os dois países.
“Há uma disputa em andamento entre as maiores economias do planeta. E há muitas questões específicas relacionadas ao trabalho atual dos dois estados ”, afirmou Putin.
Ao mesmo tempo, o chefe de Estado destacou as boas relações que seu país mantém com a China, que ele descreveu como um parceiro estratégico “em todos os sentidos da palavra”; uma tendência que contrasta com as relações entre a Rússia e os EUA, que, segundo ele, “está piorando”.
Nos últimos anos, Washington tomou “algumas dezenas de decisões relacionadas a sanções contra a Rússia”, lamentou o presidente russo.
“É claro que, nessas condições, nossa simpatia está do lado de nossos parceiros estratégicos”, afirmou Putin.
Desse modo, o presidente esclareceu sua recente piada sobre o lugar da Rússia na guerra comercial, quando disse na sessão plenária do 23º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, citando “um bom ditado” chinês, que “quando os tigres lutam no vale, o macaco inteligente espera para ver como termina.
Ao ser questionado pelo jornalista sobre o ditado, Putin respondeu:
“Aparentemente, você não prestou atenção no que eu acabei de falar. Eu disse que vivemos em um mundo complexo. Desde o momento em que essas palavras foram dita, a situação mudou de forma drástica”, disse Putin, enfatizando que” hoje as relações entre a Rússia e a China são de particular importância, tanto para os nossos países quanto para a comunidade mundial em geral “.
A guerra comercial entre os EUA e a China se intensificou desde o início de maio, quando Washington decidiu aumentar as tarifas de uma série de produtos chineses, importados pelo país americano, no valor de 200 bilhões de dólares por ano.
O gigante asiático rebateu e anúnciou a introdução, a partir de 1º de junho, de impostos sobre importações de bens dos EUA no valor de 60 bilhões de dólares.
Nos últimos dias, Donald Trump ameaçou avaliar a possibilidade de impor tarifas sobre produtos chineses no valor de pelo menos US $ 300 bilhões, uma decisão pendente até depois da reunião do G20 no final de junho.
Os Estados Unidos também decidiram incluir em sua lista negra comercial a Huawei, a gigante chinesa das telecomunicações e 70 empresas afiliadas.
A gigante de tecnologia Huawei e MTS, a maior operadora de rede móvel da Rússia assinaram um acordo para o desenvolvimento da tecnologia 5G e o lançamento piloto de redes de quinta geração na Rússia.