Após mais de 260 mil mortos, chega ao fim a gestão do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Pressionado por congressistas e pela força da opinião pública, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu trocar o comando do Ministério da Saúde, segundo notícias de bastidores que circulavam neste domingo. Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, Pazuello e Bolsonaro teriam combinando que ele pediria para sair, alegando problemas pessoais.
Na realidade, Pazuello já estava na alça de mira do Congresso e poderia ter sua gestão interrompida por determinação dos parlamentares, uma vez que o documento encaminhado ao Legislativo, na semana passada, foi mal recebido por ele faltar com a verdade sobre o calendário de imunização. Os processos que pesam contra o militar por responsabilidade na falta de oxigênio em hospitais de Manaus, no entanto, continuam no Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá encaminhar as ações, agora, à Primeira Instância, uma vez que Pazuello perderá o foro privilegiado.
‘Centrão’
Nos últimos oito dias, o ministro reduziu o cronograma de vacinação em cinco oportunidades. No ofício à Câmara e ao Senado, no entanto, ele negou mudanças e afirmou que as 38 milhões de doses previstas para março estão mantidas.
Até agora, somente cerca de 3,5 milhões de vacinas foram entregues neste mês. Para aliados de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), será impossível que o general cumpra o que ele mesmo documentou, podendo dar, assim, a justificativa oficial para sua demissão.
Os nomes mais prováveis para a substituição do ministro são os de Ludhmilla Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Abrahão conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de deputados do chamado ‘Centrão’.
Fonte: CdB