Mesmo que os países tomem medidas radicais para reestruturar as indústrias, será impossível parar o aquecimento do Ártico, dizem os pesquisadores
Especialistas do Instituto de Matemática Numérica de Marchuk (Academia Russa de Ciências) prevêem que as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera irão aumentar a temperatura média do ar na bacia do Ártico em 20 graus, disse o pesquisador-chefe do instituto, Evgeny Volodin.
Os cientistas, apoiados por uma bolsa da Fundação Russa para Pesquisa Básica, fizeram um modelo do sistema climático, com base em possíveis mudanças na atmosfera, no oceano, nos solos e na vegetação, bem como na espessura do gelo marinho afetado pela emissões crescentes de gases de efeito estufa.
“O modelo climático demonstra que o maior aquecimento será no Ártico”, disse o cientista. “De acordo com o cenário pessimista, que prevê que as emissões só aumentem, até o final do século 21 o aquecimento do Ártico pode chegar a 20 graus.”
Mesmo que os países tomem medidas radicais para reestruturar as indústrias, será impossível impedir o aquecimento do Ártico, dizem os pesquisadores.
“Se, por exemplo, até 2050, a comunidade internacional conseguisse chegar a zero emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, devido à inércia do sistema climático, até o final do século 21, a temperatura lá seria 2 a 3 graus mais elevada que ela agora é de qualquer maneira “, acrescentou Volodin.
A temperatura média anual no Ártico central atualmente varia de -30 a -10 graus Celsius, dependendo da região: a temperatura mais baixa está na região central da Groenlândia (entre -30 e -25 graus); em torno do Pólo Norte e na direção da Sibéria Oriental, as temperaturas variam de -20 a -15 graus. A temperatura média mais quente é registrada na bacia do Ártico na direção do Oceano Atlântico – acima de zero graus Celsius.
Fonte: Agência TASS