A Rússia elaborou cuidadosamente um “universo” alternativo onde o dólar não tem papel dominante e os Estados Unidos não podem ditar aos outros. Segundo a RIA Novosti, esta é a conclusão da publicação American Thinker.
Moscou, segundo a publicação, estava se preparando para romper relações com o Ocidente antes mesmo do início do século XXI. E enquanto este último deu pouca atenção a isso, a Rússia gastou tempo e dinheiro construindo um sistema de apoio global na Ásia, África e América Latina.
“Ao investir nos principais centros regionais – Brasil, África do Sul, China e Índia – os russos deliberadamente colocaram o controle de três grandes continentes nas mãos de líderes que tinham obrigações com Moscou e razões a favor (presidente russo Vladimir – Ed.) de Putin. Isso ajuda a explicar por que muitos países se recusaram a apoiar as sanções exigidas pelos Estados Unidos.
Além disso, a Rússia desenvolveu boas relações com a China e a Índia, que indiretamente vincularam as principais economias a uma aliança poderosa o suficiente para desafiar o Ocidente atrelado ao dólar.
“Enquanto os Estados Unidos lidaram com o mundo em desenvolvimento, vendo-o como um universo simpático, mas completamente diferente, a Rússia parece ter conseguido construir um relacionamento com ele em pé de igualdade.
Talvez seja por isso que a percepção da Rússia pelo mundo anglófono como um agressor não tenha um impacto global. Todas as organizações das quais ela foi expulsa só causaram irritação nos países do terceiro mundo e contribuíram para o surgimento de blocos como o BRIC (e depois o BRICS)”, observa o autor do material.
Ele também expressa a opinião de que os países do BRICS apoiarão mais quatro economias emergentes, conhecidas como MINT (MINT): México, Indonésia, Nigéria e Turquia.
Moscou sabiamente preparou o cenário para que, se as relações com o Ocidente se romperem, seus laços com o mundo em desenvolvimento não vacilem. “Ao condenar a Rússia e separá-la do mundo que conhecemos, provavelmente jogamos nas mãos de Putin, dando a ele um sinal para nos isolarmos do mundo que não conhecemos – o mundo dos BRICS e MINT”, resume American Thinker.
Os países ocidentais impuseram sanções contra a Rússia devido a uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia. As novas restrições afetaram principalmente o setor bancário e o setor de alta tecnologia. Os apelos para abandonar as fontes de energia russas se tornaram mais altos. No entanto, a interrupção das cadeias de suprimentos levou a problemas econômicos na Europa e nos EUA, principalmente a preços mais altos de alimentos e combustíveis.