Partidos de Centro-esquerda, assinam manifesto pela renúncia de Bolsonaro

Bolsonaro, segundo os signatários do manifesto, “comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos”

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Pela primeira vez, desde as eleições de 2018, a oposição se uniu em torno de uma causa comum, em defesa da Justiça e da democracia. Os líderes das legendas de centro-esquerda Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL); além do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e ex-governadores de Estado querem que o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (sem partido) renuncie, por se tratar de “um presidente da República irresponsável”, que agrava a crise do coronavírus ao cometer uma série de crimes.

Crimes

“Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável”, afirma o documento.

Ainda segundo o texto divulgado, “Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países”.

“Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários”, acrescentam os representantes da centro-esquerda.

Leia na íntegra o manifesto:

O Brasil não pode ser destruído por Bolsonaro

O Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história moderna, a pandemia do coronavírus, de gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade econômica. Em nosso país a emergência é agravada por um presidente da República irresponsável.

Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países.

Antes mesmo da chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira já estavam dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo imposta ao país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os recursos públicos necessários para salvar vidas.

Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários.

Basta!

Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo.

Ao mesmo tempo, ao contrário de seu governo – que anuncia medidas tardias e erráticas – temos compromisso com o Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as seguintes ações:

• Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;

• Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;

• Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;

• Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise;

• Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;

• Regulamentação imediata de tributos sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

Frente a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável.

É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e patriotismo.

ASSINAM (por ordem alfabética):

Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB;

Carlos Lupi, presidente nacional do PDT;

Ciro Gomes, ex-candidato a Presidência pelo PDT;

Edmilson Costa, presidente nacional do PCB;

Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT;

Flavio Dino, governador do estado do Maranhão;

Guilherme Boulos, ex-candidato a Presidência pelo PSOL;

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT;

Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL;

Luciana Santos, presidenta nacional do PC do B;

Manuela D’Avila, ex-candidata a Vice-presidência (PC do B);

Roberto Requião, ex-governador do Paraná;

Sonia Guajajara, ex-candidata à Vide-presidência (PSOL);

Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul.

Fonte: CdB

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