Um grupo de deputados das câmaras alta e baixa do Parlamento romeno enviou uma carta ao presidente e ao governo do país exigindo uma posição neutra em relação ao conflito na Ucrânia. De acordo com um documento publicado pelo ex-vice-primeiro-ministro da República da Moldávia, Iurie Rosca, os parlamentares romenos temem que o país seja arrastado para um conflito que “supere em escala a Segunda Guerra Mundial”. A Romênia é o vizinho mais próximo da Ucrânia.
Os signatários da carta declaram que a posição da Romênia deve ser expressa “em uma única palavra – neutralidade”. Eles pediram à Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e países da OTAN que encerrem o conflito na Ucrânia com negociações pacíficas.
“Embora a Romênia seja membro da OTAN, os cidadãos da Romênia não querem que nosso país se envolva em hostilidades. Nós também não queremos isso. Apelamos às partes em conflito para um cessar-fogo e para superar esse confronto por meio de negociações e compromissos”, diz a carta assinada pela senadora Diana Iovanović-Shoshoacă, deputados Dumitru Coarne, Mihai Lask, Anamaria Gavrila e Francisc Tobă.
“Pedimos à liderança da Romênia que pare de fornecer qualquer assistência militar – munição, equipamento militar, ou fornecendo nosso território para o trânsito de mercadorias que possam ser usadas para fins militares, ou concedendo licenças para o uso do espaço aéreo romeno a qualquer outro Estados ou organizações de que somos membros, quer sejamos ou não, o que poderá implicar o envolvimento do país numa guerra à qual não tem nada a ver”, sublinha o documento.
Após o início da operação militar da Rússia na Ucrânia, a Romênia tornou-se um dos principais pontos de trânsito para a entrega de carga militar da OTAN à Ucrânia. Em 8 de março, um comício foi realizado em Bucareste exigindo não envolver o país na guerra. A carta dos parlamentares romenos foi registrada no parlamento do país em 10 de março e continua aberta para assinatura.