Os bastidores da briga do PSL pelo fundo partidário

Após Bolsonaro fazer uma confidência a um correligionário, que o presidente do PSL Luciano Bivar estava queimado e pedir que esquecesse o partido, agora aparece a razão pela briga interna dos dois “presidentes.

Segundo o diário reacionário “O Globo”, por trás dessa briga, há uma bolada em torno de 737 milhões de fundo partidário. Este é o valor que a legenda deverá receber dos cofres públicos até 2022, segundo cálculos de Bruno Carazza, autor do livro “Dinheiro, Eleições e Poder”. Essa quantia ainda pode crescer ainda mais caso os parlamentares aprovem o sonhado aumento no fundo eleitoral.

A saída do presidente do PSL, ainda de acordo com o jornal, é dada como certa, após Bolsonaro atacar o partido e o presidente da sigla, Luciano Bivar, a quem chamou de “queimado”.

No entanto, informa o diário, o cartório milionário está nas mãos de Bivar, um dublê de empresário e cartola de futebol.

“Em 2006, ele concorreu ao Planalto e terminou em último lugar, atrás do folclórico Eymael. Doze anos depois, tirou a sorte grande ao alugar a legenda para Bolsonaro”.

Até o ano passado, o PSL passava despercebido na sopa de letrinhas da política brasileira. Vivia de migalhas do fundo partidário e do comércio de segundos na propaganda obrigatória. Com a eleição de Bolsonaro, a pequena sigla virou um grande negócio. Passou a receber mais dinheiro público que PT e PSDB.

Destacou que a sigla elegeu 52 deputados e quatro senadores, quase todos novatos. Foi um crescimento exponencial. Na eleição anterior, o PSL havia conquistado uma única cadeira na Câmara.

Mas como todo o partido de aluguel, o PSL têm a consistência de uma “paçoca”, basta apertar que esfarela.

O próprio Bivar, que é deputado federal por Pernambuco, está sendo investigado pelo Ministério Público Eleitoral do estado por por suspeitas de caixa dois em sua campanha.

A legenda vive um momento crítico devido às denúncias de que usou candidatas laranjas para desviar verbas. O caso levou à saída de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência em fevereiro.

O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais apresentou na última sexta-feira à Justiça denúncia contra o  ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), e mais 10 pessoas, por crimes relacionados à apresentação de candidaturas de fachada do PSL nas eleições de 2018.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, informou após a notícia do indiciamento pela PF que “o presidente (Jair Bolsonaro) aguardará o desenrolar do processo e o ministro permanece no cargo”.

Bolsonaro se filiou ao PSL para concorrer à presidência, mas poderia estar deixando o partido. Na segunda-feira o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o político não pretende mudar de sigla: “Não há da parte do presidente, agora, nenhuma formulação com relação a uma suposta transição do partido”.

Mas se Bolsonaro ainda está com o “pé na canoa” do PSL, o partido que já sofreu a perda do deputado federal Alexandre Frota e da senadora Selma Arruda, também conhecida como “Moro de saias”, poderá haver mais dissidências, tudo devido a briga por fatia de poder.

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