Tudo começa com o presidente Jair Bolsonaro dizer que “casou errado” com seu vice, numa clara mensagem dirigida ao seu vice Mourão, e um afago ao preterido vice e autodenominado “príncipe” e deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança. E acaba descambando para baixaria bem típica desse governo da lumpemburguesia familíciana.
Ocorre que Luiz Phillipe foi colocado de escanteio, devido uma história sórdida, ou mais especificamente de um dossiê em que havia fotos de uma suposta suruba gay. Bolsonaro atribui esse dossiê ao ex-ministro chefe do Governo, Gustavo Bebianno, que por sua vez desafia o chefe da Nação a um teste de polígrafo, o popular detetor de mentiras?
Logo em seguida, Eduardo Bolsonaro (PSL) une-se ao pai, postou mensagens na qual acusa Bebianno de ter sabotado a escolha do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018.
A resposta
O ex-ministro e ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno negou nesta quinta-feira (14) ter sido desleal ao presidente Jair Bolsonaro e respondeu a acusações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ).
“Repare, nenê, que jamais abri a minha boca para contar o que sei. Critico as asneiras do dia a dia, assim como qualquer brasileiro. Afinal, ao contrário do que você demonstra aspirar, ainda vivemos em uma democracia”, disse.
“Ao contrário do que diz, eu poderia estar no governo até hoje, se quisesse, visto que seu pai me convidou para ocupar a diretoria administrativa de Itaipu, além de outras sondagens posteriores. Como tenho vergonha na cara e não preciso de governo para viver, sugeri que guardassem a oferta em lugar que fizesse rima”, afirmou o ex-presidente do PSL.
Dossiê
Na rede social , o deputado do PSL de São Paulo mencionou um dossiê feito contra Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e que teria feito Jair Bolsonaro mudar de ideia sobre a escolha dele para candidato a vice.
“Quando JB [Jair Bolsonaro] pagou missão para Bebianno, que só andava com Julian Lemos [deputado do PSL da Paraíba], encontrar um vice todas as tentativas sempre davam errado. General Mourão, PRTB não deixou, general Heleno, PRP não deixou, Janaína Paschoal não rolou, príncipe, falso dossiê. A estratégia era clara, queimar a todos para que na última hora fosse Bebianno o escolhido”, escreveu Eduardo Bolsonaro.
“Porém, no caso do Príncipe há uma particularidade”, afirmou Eduardo. “Carlos [Bolsonaro] e eu havíamos conversado com ele, Jair Bolsonaro estava de acordo e até sábado ele seria o vice. O último dia do prazo era domingo. De sábado para domingo chegou para Bolsonaro um informe de que o ‘príncipe’ saía de madrugada a agredir mendigos na rua.”
No dossiê haveria cenas de festas gay e acusações de envolvimento do possível candidato a vice com gangues de briga de rua e agressões a mendigos. Em entrevista para a Revista Época ontem, o “príncipe” culpou Bebianno por informar a Bolsonaro que teria fotos dele em uma orgia e agredindo um morador de rua.
Na quarta-feira (13), Bebianno acusou o presidente Jair Bolsonaro de mentir ao atribuir a ele a montagem de um dossiê que teria tirado o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança da condição de candidato a vice em sua chapa em 2018.
Em vídeo divulgado, Bebianno desafiou o presidente a se submeter, com ele, a um detector de mentiras. “Eu de um lado, o senhor do outro. Vamos ver quem é o mentiroso? Está aqui feito o desafio. Quero ver se o senhor aceita”, provocou.