O Brasil entre a ditadura da milícia ou a ditadura militar

Diante do quadro da recessão mundial que começa a formar, o Brasil atualmente está numa posição bastante vulnerável em termos econômicos, político e diplomático. E as alternativas que se apresentam não são das melhores!

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O ex-capitão Jair Bolsonaro e seu vice o general Mourão

A vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 marcou um fim de um ciclo histórico no Brasil. De uma democracia relativamente estável, consolidada na Constituinte a partir de 1988, assistimos agora desmonte das instituições para o avanço da agenda neofascista. Reforma da previdência, ataque aos direitos trabalhistas, nepotismo, aparelhamento dos órgãos estatais, violência, ataque aos direitos individuais, perseguição a jornalistas, e a lista na para de crescer! Porém não é só isso o que acontecendo atualmente, o Estado brasileiro foi entregue às pessoas completamente despreparada, e o presidente Jair Bolsonaro é um sujeito com a mentalidade saída diretamente da idade da pedra, é um idiota completo! Conheça os tópicos que pode fazer de Bolsonaro um ex-presidente:

Ligações com a milícia

A subida de Bolsonaro na “rampa do Palácio do Planalto” trouxe consigo a milícia do Rio de Janeiro. Esses grupos criminosos são compostos, em boa parte, por agentes do Estado, a exemplo de policiais militares e civis, bombeiros, integrantes das Forças Armadas e agentes penitenciários são responsáveis por tráfico de armas, extorsões, grilagens de terra tráfico de drogas, assassinatos (caso Marielle) e etc.

A pergunta que não quer calar é onde está Queiroz?  Aquele que poderia ajudar a elucidar vários casos pois seu passado de crimes inclusive assassinatos e atuação na milícia poderia incriminar diretamente Bolsonaro e seus filhos.

Proteção ao seu Filho 01

A tentativa intervenção de Bolsonaro na superintendência da PF do Rio de Janeiro para proteger seu filho 01 das investigações só não foi efetivada pela ameaça de rebelião pela corporação. Mas provocou ainda mais estragos em sua imagem devido ao recuo, e ainda por cima nesse episódio, o ex- superministro e agora miniministro Sérgio Moro viu sua autoridade ir pro ralo de vez ao ter que ouvir em reunião com Bolsonaro que disse: “Quem manda sou Eu”.

O Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que identificou movimentações atípicas do filho 01, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), agora sofre a interferência direta do presidente.  O governo em retaliação tirou o Coaf do Ministério da Economia e irá colocá-lo sob a estrutura do Banco Central, por meio de Medida Provisória.

Sem rumo e sem política econômica

No campo econômico a fuga de capitais no mercado acionário é a maior que a supercrise mundial de 2008, a queima de bilhões de dólares para segurar o câmbio. A moeda brasileira em 30 dias sofreu uma desvalorização de 9,1%, mostra que a politica econômica (se é que existe!) no governo bolsonaro não gera confiança no mercado. É mais desemprego e recessão à vista.

O finado neoliberalismo implantado à ferro e fogo no Brasil já descartado na maior parte do mundo é aplicado sem nenhum critério pelo medíocre ministro da economia Paulo Guedes. Privatização de empresas importantes e estratégicas como a Embraer vendida para Boeing, vai aos poucos transformando o país apenas em produtor rural de commodities. Porém com aumento do desmatamento e queimadas já se cogita que a União Européia irá impor sanções contra a soja e as carnes brasileiras.

Meio ambiente e nova “rachadura” diplomática

O enorme retrocesso com desmonte da política ambiental conquistada pelos governos anteriores, começa a produzir resultados com  aumento das queimadas, ao ponto de o dia na cidade de São Paulo ser transformada em noite. Bolsonaro com sua política a favor dos latifundiários, fez intervenção no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) demitindo o presidente do Instituto e com a suspensão do Conselho de Administração e o Comitê do Fundo Amazônia acabou ocasionando atrito entre o Brasil e a Noruega e Alemanha, que em resposta a quebra de acordo, acabaram por suspender as doações para o Fundo Amazônia.

Atrito com militares e a demissão  de generais

No campo político, a demissão do General Santa Cruz foi motivada depois de conflitos com o  astrólogo transformado em guru bolsonarista Olavo de Carvalho e com os filhos do presidente. A demissão do presidente dos Correios, general Juarez Cunha sob alegação de ter virado sindicalista ao pousar na foto com trabalhadores do correios e por se opor a sua privatização. Essas demissões geraram descontentamento na caserna, já que Bolsonaro apesar de contar com a simpatia dos militares de baixa patente, sempre foi considerado um “bunda suja” – militar incapaz de subir na hierarquia militar – pelos militares de alta patente.

Pensamento Binário

O então deputado Jair Bolsonaro conhecido no meio parlamentar como indolente, pois quase 30 anos não produziu nada de útil. Construiu sua carreira atacando mulheres (misoginia), nordestino, negros, homossexuais, médicos cubanos, comunistas, os direitos humanos e assim por diante . Uma grande parcela da classe média envoltas nas agruras do cotidiano, em que a sociedade capitalista prega que o sujeito só consegue conquistar o “podium” através de uma suposta “meritocracia”, viu no discurso de Bolsonaro a resposta para o seu fracasso. “A culpa é das feministas, a ditadura gayzistas, nordestino, comunistas e etc”. Bolsonaro alçado agora presidente continua o mesmo discurso pré-eleitoral para encobrir a sua incompetência.  A comparação com os nazistas na Alemanha não é mera coincidência!

Devido á vários fatores relevantes, alguns deles aqui relacionados, já se cogita no fato de não se utilizar o  mecanismo de impeachment mas pura e simplesmente a Interdição devido a falta de capacidade de estar a frente do cargo de presidente e seu envolvimento na criminalidade.

A interdição

Caso se concretize esse movimento, o que na minha opinião não está longe de acontecer, a situação também não será confortável para o campo democrático e de esquerda, pois será retirado do cargo Bolsonaro e sua trupe de bandidos milicianos e em seu lugar será alçado ao cargo o vice-presidente general Mourão. Apesar de Mourão ter sofrido um “retrofit” por seus assessores para parecer mais palatável ao público, retirando a aparência de um general latino-americano tosco saído da guerra fria, em com isso ser uma antítese do intragável Bolsonaro, a sua ideologia não difere muito dos generais da ditadura que governou o Brasil a partir de 1964 até 1985. É esperar pra ver!

 

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