Ex-PGR denunciou a ex-presidente Dilma Rousseff em 2017, com base em delações e teses, garantindo que ela fazia parte de esquema criminoso de propinas, supostamente iniciado por Lula e continuado por ela
O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que não tem “nenhuma dúvida de que Dilma não é corrupta”. A declaração foi dada juntamente com as revelações divulgadas nesta quinta-feira (27) pelo ex-PGR, na revista Veja.
Na ocasião, ele chamou o ex-presidente Lula de “corrupto” e afirmou que acreditava que ele era “um dos chefes de todo esse esquema”, sustentação defendida pela força-tarefa de Curitiba, usando apenas acusações de delatores, para prender o líder petista. Mas ao mencionar Dilma Rousseff, ele foi acertivo: “Não tenho nenhuma dúvida de que a Dilma não é corrupta”.
Defendeu, contudo, que a ex-presidente tenha responsabilidade em tentar obstruir a Justiça no processo envolvendo Lula: “É impossível que o Lula não fosse um dos chefes de todo esse esquema. Não tenho dúvida de que ele é corrupto. Da mesma forma que não tenho nenhuma dúvida de que a Dilma não é corrupta. Mas ela tentou atrapalhar as investigações com a história de nomear o Lula como ministro da Casa Civil. A obstrução de Justiça aconteceu, tanto que eu a denunciei.”
Mas foi Rodrigo Janot quem apresentou uma denúncia, em setembro de 2017, contra o que ele chamou de “quadrilhão”, incluindo Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. A peça assinada por Janot e que foi aceita pela 10ª Vara Federal em Brasília em novembro do ano passado afirma que os dois ex-mandatários teriam tido participação em um esquema de coleta de propinas de R$ 1,48 bilhão, entre 2002 e 2016.
A denúncia sustentava que o esquema teria existido por vantagens supostamente ilícitas em contratos da Petrobras, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e do Ministério do Planejamento nos governos dos dois ex-presidentes e que aponta que se Lula era o “idealizador” da suposta organização criminosa, inclusive no planejamento do sistema de arrecadação de propinas, Dilma integrou o “quadrilhão” ainda em 2003, segundo Janot, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia.(…)
Do GGN