De volta, no início da tarde desta quarta-feira, o portal comprova o gasto de R$ 15,6 milhões em leite condensado; R$ 32,7 milhões em pizza e refrigerantes e R$ 2,2 milhões em chicletes. Em bombons, o governo gastou R$ 8,8 milhões, valor superior ao pago em arroz, de R$ 7,6 milhões.
O Portal da Transparência, do governo federal, saiu do ar na noite passada, depois que ganhou repercussão o gasto do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) com alimentação no ano passado, superior a R$ 1,8 bilhão. Na manhã desta quarta-feira, o termo “Portal da Transparência” subiu ao trending topics do Twitter, revelando a indignação da sociedade com a tentativa do governo de ocultar os gastos.
De volta, no início da tarde desta quarta-feira, o portal comprova o gasto de R$ 15,6 milhões em leite condensado; R$ 32,7 milhões em pizza e refrigerantes e R$ 2,2 milhões em chicletes. Em bombons, o governo gastou R$ 8,8 milhões, valor superior ao pago em arroz, de R$ 7,6 milhões.
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU) em comunicado divulgado pela manhã, no site oficial do Governo Federal, o Portal da Transparência saiu do ar nesta madrugada devido a um grande volume de acessos, “fora do habitual”, tentou explicar a instituição.
“O canalha que nos governa tirou o Portal da Transparência do ar! Isto jamais aconteceu na história Brasileira! Pegamos o rabo da ratazana. Alô Ministério Público, vai ficar por isso mesmo?”, pergunta no Twitter o ex-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT-CE).
Subsolo
O Portal da Transparência foi lançado em 2004, no governo Lula, para dar visibilidade às compras feitas com recursos públicos pelo governo e órgãos federais de administração,
A deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ), ainda com informações do portal, destacou que “o endereço da grande empresa que forneceu mais de R$ 15 milhões em leite condensado fica no subsolo de um pequeno prédio comercial no bairro residencial do Sudoeste, em Brasília. Aparentemente, não é uma sede grande responsável por compras em milhões”.
“Não há precedentes em nossa história republicana para ato tão ofensivo a transparência pública”, destacou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Bloqueado
Em uma sequência de mensagens com dados do portal, o perfil @Boscardin levantou dúvidas sobre a empresa “Saúde & Vida Comercial de Alimentos Eireli”, do ramo alimentício, que faturou R$ 37 milhões em contratos com o governo federal – sendo R$ 12 milhões para fornecimento ao Comando das Forças Armadas.
Segundo as informações divulgadas na sequência, a empresa pertence a Azenate Barreto Abreu, que é casada com o pastor Elvio Rosemberg da Silva Abreu e mãe de Elvio Rosemberg da Silva Abreu Júnior, que também fechou contrato no valor de R$ 25 milhões com o governo. Eles seriam de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, mas a sede da empresa seria em Brasília.
“A julgar pelas fotos do Facebook do senhor Elvio e dona Azenate, ambos levam uma vida modestíssima para quem faturou com as empresas da família R$ 37 milhões. Parecem pessoas simples. O filho não disponibiliza as fotos no Face”, repara.
Ainda segundo o internauta, “resta averiguar se eles efetivamente tem envolvimento com as empresas ou se utilizaram seus nomes. Tudo pode estar em ordem. Porém, é curioso que empresas individuais de pessoas aparentemente sem ligação com o ramo da alimentação sejam fornecedores de contratos de milhões para o governo no ramo da…alimentação”, afirmou @Boscardin, que se identifica como jurista, “bloqueado pelo presidente brasileiro”.
Fonte: CdB