Bolsonaro mente ao afirmar que vacina contra covid-19 transmite HIV/Aids
Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro usou sua live semanal para atacar a vacina contra a covid-19 e, com base em um site inglês especializado em teorias da conspiração, afirmou que as pessoas que tomaram duas doses do imunizante estão desenvolvendo HIV/Aids.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto”, disse o presidente, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Ao recomendar a leitura de tal artigo, Bolsonaro disse que não iria ler “porque posso ter problemas com a minha live”.
Essa fake news não é nova, mas a disseminação dela no momento em que mais da metade da população brasileira está imunizada revoltou cientistas e políticos.
Em nota, o Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou que “não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida, e que repudiam “toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”.
IMPORTANTE || “Pessoas que vivem com HIV/AIDS devem ser completamente vacinados para COVID-19. Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias.”
Leia a nota de esclarecimento | https://t.co/xjp40B6c4t pic.twitter.com/eIFCJNXj89— Sociedade Brasileira de Infectologia (@SBInfectologia) October 24, 2021
Confira abaixo algumas declarações de políticos e cientistas a respeito da notícia falsa defendida por Bolsonaro em sua última live
Daniel Dourado – médico e advogado sanitarista, pesquisador do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP e do Institut Droit et Santé da Universidade de Paris.
Não existe NENHUMA possibilidade de vacina causar AIDS. ZERO. Qualquer que seja a vacina. É isso que precisa ser divulgado de forma clara e direta.
— Daniel A. Dourado (@dadourado) October 23, 2021
Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência