O presidente da Bolívia Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia às 17h (18h em Brasília), após ser pressionado pelos golpistas das Forças Armadas, oposição e por protestos em diversas cidades do país.
A Bolívia volta a ser o que era. Em 180 desde sua independência, a Bolívia coleciona 200 golpes de estado, são em média 25 meses para cada governo.
Evo Morales não escapou da triste sina que persegue o seu país. Em seu pronunciamento ao renunciar ele disse:
“Me dói muito que nos tenham levado ao enfrentamento. Enviei minha renúncia para a Assembleia Legislativa Plurinacional”, afirmou.
O vice-presidente, Álvaro García Linera, também apresentou a sua renúncia. Nas últimas horas, ao menos três ministros também entregaram seus cargos.
Neste domingo, a Organização de Estados Americanos (OEA) em apoio a farsa criada pelos golpista, afirmou que houve irregularidades nas eleições ocorridas no último dia 20 de outubro e recomendou que fosse realizado um outro pleito.
Enfraquecido e pressionado, Evo Morales acatou o pedido e decidiu convocar novas eleições.
Renúncia de Evo Morales pic.twitter.com/8dAKBqGuvL
— Luigi Benesilvi (@Spacelad43) 10 de novembro de 2019
Porém a convocação de novas eleições não foram aceitas pelos golpistas, pois sabiam que Evo havia ganho de forma indubitável, e passaram a exigir que o presidente renunciasse. Leia-se golpistas, os candidatos derrotados, os chefes das Forças Armadas e da Polícia.
Evo Morales partiu de um voo no aeroporto de El Alto, em La Paz, onde estava desde a manhã do domingo, e aterrissou no aeroporto de Chimoré, perto de Cochabamba, um de seus redutos políticos, onde anunciou que renunciaria.
Vácuo de poder
Com a renúncia de Evo e seu vice, somado a renuncia dos presidentes da Câmara Plurinacional e do Senado, cria um vácuo de poder e a incerteza de quem comandará país. Se haverá novas eleições e se Evo Morales vai ser novamente candidato, o que acho muito difícil, pois burguesia para não largar “o osso” é capaz de tudo, até incendiar um país.
Mas a certeza que temos é que, se ditadura militar fosse a solução de todos os problemas de um país, a Bolívia seria um paraíso na Terra!