O comitê Konrad Wolf 2023 observou que Assange incorpora “a essência de aumentar a conscientização por meio do jornalismo”.
A Academia de Artes de Berlim informou que vai atribuir o Prêmio Konrad Wolf 2023 a Julian Assange, apesar de ser pouco provável que compareça à cerimónia marcada para 20 de outubro, devido à sua detenção na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, Reino Unido).
Em um comunicado, o júri observou que “o trabalho e as posições de Assange chamaram a atenção para ações ilegais de governos, injustiças, assassinatos e crimes de guerra que deveriam permanecer ocultos do conhecimento público”.
Da mesma forma, soube-se que Julian Assange está sendo premiado por ser o fundador do WikiLeaks, meio de comunicação que, principalmente por meio de seu site, tem desempenhado um papel fundamental na divulgação de informações sobre a realidade, permitindo que os cidadãos se conscientizem e tomem atitudes.
O comitê Konrad Wolf 2023 também destacou que Assange incorpora “a essência de aumentar a conscientização por meio do jornalismo no seu melhor, devido ao seu esforço para alcançar mudanças transformadoras no mundo, por meios democráticos; o que é muito necessário.”
Nos últimos anos, a Academia de Artes de Berlim apelou repetidamente ao governo alemão e aos líderes políticos europeus para garantir a libertação do jornalista australiano, que é um exemplo para intimidar e enfraquecer o quarto poder.
Com um fundo de 5.000 euros, o prêmio já foi conquistado por personalidades como o cineasta mauritano-maliano Abderrahmane Sissako, o diretor e ator Alexander Lang, além da documentarista Heidi Specogna.
Da prisão, Julian Assange mantém desde 2019 uma luta judicial contra a extradição para os Estados Unidos (EUA), onde enfrentaria acusações de espionagem e uma possível pena de 175 anos de prisão.
Assange é acusado de sua participação em um dos mais importantes vazamentos de informações sigilosas da história dos EUA, em colaboração com o ex-soldado Chelsea Manning.