O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, divulgou no dia 13/09, fotos nas quais o deputado da oposição Juan Guaidó posa com lbeiro Lobo Quintero, El Brother, e John Jairo Durán, El Menor, líderes do grupo narco-paramilitar colombiano Los Restolho. Como o próprio Guaidó admitiu, as imagens foram tiradas na área de fronteira entre a Colômbia e a Venezuela em 22 de fevereiro, quando houve a tentativa do fracassado golpe, ele cruzou ilegalmente a cidade de Cúcuta para assistir ao concerto do Venezuela Live Aid.
Não é, como Guaidó tentou apresentá-lo, como um encontro inocente entre os muitos que ele teve durante aquele dia nos dois lados da fronteira: sabe-se que a área do departamento colombiano do Norte de Santander é controlada pelo referido grupo criminoso e que ao atravessar a fronteira, o encontro dos narco-traficantes com a comitiva do autoproclamado presidente da Venezuela não poderia ter ocorrido sem seu conhecimento e consentimento. Da mesma forma, como denunciou o ativista e defensor dos direitos humanos Wilfredo Cañizares, antes da travessia, a população local alertou para a imposição de toques de recolher por Los Rastrojos, a fim de limpar a área para a chegada de Guaidó.
Essas revelações confirmam que os líderes da direita venezuelana não apenas faltam escrúpulos em conspirar contra seu país com governos estrangeiros e instâncias multilaterais completamente desacreditadas, mas também baseiam suas operações em uma rede de cumplicidade com grupos criminosos e líderes confessos - tanto Quintero como Durán estão hoje nas mãos da justiça colombiana – sem que a gravidade dos crimes perpetrados por eles represente qualquer inconveniente ético.
A falência moral da direita venezuelana ou, pelo menos, do setor de direita escolhido pelos Estados Unidos e seus governos satélites na região para desestabilizar o governo legítimo da Venezuela e promover uma saída violenta da crise que atravessa a nação do Caribe. Resta apenas desejar que líderes como Guaidó percam qualquer influência sobre os setores da população venezuelana que exercem seu direito de discordar de seu atual governo e que todas as diferenças políticas entre os venezuelanos sejam resolvidas por meio de canais institucionais dentro do país.
Fonte: La Jornada