Nos próximos dias 27 e 28, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Movimento de Policiais Antifascismo realiza seu 1° Congresso Nacional após uma série de debates, diálogos e reflexões acerca da necessidade dos policiais do campo progressista e movimentos sociais buscarem intersecções na luta por uma segurança pública não fascista e democrática.
Segundo representantes do movimento, o grupo busca caminhos que apontem para a construção de algo que edifique o policial como trabalhador e que convide a sociedade a se apropriar das forças de segurança exigindo que, de fato, tenhamos um sistema de segurança pública e suas instituições policiais na defesa dos Direitos Humanos, da vida e da democracia. Para todos e todas.
Entre os(as) palestrantes convidados(as) estão nomes de grande expressão na política brasileira, como os(as) Deputados(as) Federal, Marcelo Freixo e Maria do Rosário, o Vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, entre outros(as). Além deles, ainda completam a mesa de abertura o Presidente da Federação Nordestina de Trabalhadores Policiais Civis (Feipol-NE) e do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros e o Delegado de Polícia do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone.
O Movimento dos Policiais Antifascismo surgiu em 2016, a partir do encontro de policiais civis (estaduais e federais) e militares com guardas municipais, agentes penitenciários e bombeiros, visando a construção de um projeto democrático de segurança pública para o país.
A experiência do Coletivo Sankofa, da Bahia, foi o paradigma para o início do movimento, que tem como premissa fundamental a necessidade da inclusão destes profissionais na pauta política, através do seu reconhecimento como trabalhadores e da sua identificação com os demais trabalhadores do setor público e privado, na contramão do paradigma hegemônico de oposição entre polícia e sociedade.
O debate sobre modelos de segurança pública tem preterido a participação dos policiais, colocando os agentes das forças de segurança como operadores de modelos técnicos, construído por “especialistas”. A hierarquização das corporações policiais historicamente tem contribuído muito para isso, cabendo às cúpulas das polícias o contato com o poder político-jurídico e restringindo as bases ao árduo trabalho de efetivar políticas de segurança militarizadas, que retiram a sua dignidade, expondo as suas vidas e embrutecendo o exercício das suas funções de policiamento, investigação e prevenção.
Por essas e outras razões, o 1° Congresso Nacional dos Policiais Antifascismo tem por objetivo dialogar com a sociedade e o poder político para definir uma pauta mínima propositiva para a formulação de um modelo democrático de segurança pública para o Brasil. Pretendemos assim contribuir para o debate nacional que urge reformular o atual modelo militarizado e bélico.
Os Policiais Antifascismo pretendem contribuir para o debate de uma nova política de segurança democrática, juntando-se aos setores políticos progressistas, que apontam para a necessidade de mudança dos atuais modelos.
Do Mídia Ninja