Hackers vazam supostos dados de 200 mil militares em retaliação a Bolsonaro

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Do Techmundo

No fim da tarde do último domingo (10), um perfil no Twitter (@DigitalSp4c3) retaliou o Exército Brasileiro e o governo federal com a exposição de supostos dados de 200 mil militares. O grupo exige que a instituição reaja às recentes declarações e atitudes do presidente da república, Jair Bolsonaro, que vão contra às recomendações de autoridades de saúde em relação à pandemia da covid-19.

O grupo identificado como “Digital Space” ameaça expor informações de milhares de funcionários públicos e integrantes do exército nacional. No texto que acompanha a descrição dos dados, o grupo destaca as declarações e ações mais polêmicas do atual presidente desde o dia 10 de março — associando isso com os números da pandemia no Brasil.

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Supostos e-mails institucionais com domínio do Exército Brasileiro.

Fonte:  Digital Space/Reprodução 

“R$ 3 milhões incentivo de uma mega aglomeração”

Fora isso, o grupo ressaltou uma recente licitação milionária para realização de um evento com o próprio presidente. Assim que descoberta pela imprensa, a licitação — R$ 3 milhões que seriam usados na locação de estruturas de eventos — foi revogada pelo comando do Exército.

Para provar a veracidade da invasão, o grupo tornou pública e disponível para download uma parcela dessas supostas informações obtidas nos bancos de dados do Exército. O restante, por sua vez, pode ser comprado em negociação direta com o grupo hacker — que não forneceu detalhes sobre a transação ou o custo dos supostos dados.

Um mar de informações sensíveis

Com último acesso datado em abril, os arquivos apontam que a ação hacker foi feita recentemente. Em uma inspeção, o TecMundo encontrou dados sensíveis de milhares de indivíduos. Entre eles estão: e-mails institucionais do Exército Brasileiro; nomes completos; contas e agências bancárias; títulos de eleitor e números de telefone.

Partindo para informações mais delicadas, alguns dos arquivos continham informações sensíveis como CPF; nome dos pais; estado civil; nível de escolaridade; religião e números de RG, CNH, entre outras. Ademais, logins de cadastro e dicas de senhas também foram expostos — assim como uma curiosa coluna de dados com título “Idade mental 6 anos”, sem propósito definido.

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Suposta comprovação de invasão fornecida por um dos responsáveis.

Fonte:  Digital Space/Reprodução 

Buscando averiguar as informações, o TecMundo entrou em contato com os perfis pela rede social e conseguiu uma ligeira conversa com indivíduos que se apresentaram como responsáveis pelo ato. Como prova da invasão, o grupo apresentou uma captura de tela com dados também presentes nos arquivos expostos.

Sobre o evento de R$ 3 milhões para o presidente, o grupo se mostra revoltado com as atitudes do governo e do Exército. “Se isso (a licitação) não fosse exposto, eles teriam prosseguido como algo normal. Se isso ocorreu de forma oculta e foi cancelado assim que exposto, imagine o que eles fazem às escondidas e que ainda não foi divulgado? Fizemos isso (a invasão) combatendo os erros do atual governo e do Exército”, disse um dos responsáveis.

Essa pessoa ainda declarou vários dos integrantes do grupo hacker são adolescentes, indicando que “profissionais” conseguiriam esses dados com muito mais facilidade.

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Hacker enviou provas extras de sua suposta invasão nos sistemas do Exército Brasileiro

A ameaça

No fim do texto, o grupo promete expor ainda mais informações sobre funcionários públicos e militares se medidas não forem tomadas. Segundo eles, “esse não é nem um dos nossos alvos mais importantes” e alega que os dados expostos não chegam a 25% das informações contidas de militares brasileiros e funcionários de outros órgãos.

O TecMundo entrou em contato com o Ministério da Defesa, mas as autoridades responsáveis preferiram não se pronunciar sobre o caso até conseguirem fazer uma análise completa do vazamento. Publicaremos um artigo complementar com as informações oficiais do Ministério assim que o órgão se pronunciar.

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