Na noite passada, o ministro Celso de Mello, do STF, autorizou que as partes do inquérito que investiga suposta interferência na PF tenham acesso ao HD com os registros da agenda de 22 de abril
Autoridades do Ministério Público Federal (MPF), da Procuradoria-Geral da União (PGR), advogados e policiais federais têm um compromisso marcado, na manhã de terça-feira, para a sessão privada do filme sobre a reunião ministerial do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em que constam do roteiro palavrões, ofensas pessoais e a ingerência nas investigações da Polícia Federal (PF).
Na noite passada, o ministro Celso de Mello, do STF, autorizou que as partes do inquérito que investiga suposta interferência na PF tenham acesso ao HD com os registros da agenda de 22 de abril. A delegada Christiane Corrêa Machado, que preside o inquérito, receberá o HD lacrado e deverá comunicar os demais convidados para a sessão única do documentário.
“Sem prejuízo da imediata execução desta deliberação, registro que decidirei, brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital em questão”, afirma o ministro.
Mais provas
A defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro estará na seleta plateia que assistirá ao vídeo daquela manhã, citada por ele em seu depoimento à Polícia Federal na terça-feira passada. Ao deixar o governo, Moro fez uma série de acusações a Bolsonaro. Entre elas, que o presidente tentou interferir, politicamente, na PF. A prova, segundo Moro, consta da gravação a ser exibida na próxima terça-feira.
Sergio Moro pediu demissão depois que Bolsonaro demitiu da direção-geral da PF Maurício Valeixo. O substituto, Alexandre Ramagem, no entanto, foi barrado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Moro decidiu voltar a Brasília ao lado de seu advogado, Rodrigo Sanchez Rio, para acompanhar a exibição das imagens e diálogos ocorridos durante a reunião. O público presente, portanto, será composto por Sergio Moro e seu advogado, o advogado-geral da União, Augusto Aras; o ministro José Levi, representantes da Procuradoria-geral da República e os delegados da PF que acompanham o caso.
Fonte: CdB