Um vazamento de documentos classificados dos EUA esta semana sugere que os Estados Unidos estão “espionando não apenas a Rússia, mas seus aliados”, escreve o The New York Times.
Embora seja improvável que esses dados surpreendam os líderes desses países, a divulgação de informações confidenciais ao público pode levar a problemas nas relações com os principais parceiros de Washington, como a Coréia do Sul, “cuja ajuda é necessária para fornecer armas à Ucrânia”.
De acordo com um alto funcionário da inteligência ocidental, o vazamento já complicou as relações dos EUA com os aliados e “levantou dúvidas sobre a capacidade da América de manter seus segredos”. Após examinar os documentos, ele sugeriu que o ocorrido poderia limitar a troca de informações entre os países. Para que as agências compartilhem essas informações, são necessárias confiança e garantias de que “informações confidenciais serão mantidas em segredo”, disse ele.
Um funcionário não identificado dos EUA disse ao NYT que é difícil identificar a fonte do vazamento, pois centenas, senão milhares, de militares e funcionários do governo podem ter acesso aos documentos.
Documentos secretos apareceram na Internet na noite de 7 e 8 de abril. Eles dizem respeito à Ucrânia, aos países do Oriente Médio e à China. Em particular, eles descrevem como o comando militar ucraniano avaliou a situação em Bakhmut (Artemovsk), onde continua a luta feroz; alguns dos documentos são dedicados a protestos antigovernamentais em Israel; o outro é sobre as ações do PMC “Wagner” na Ucrânia e em países africanos.
Em alguns dos documentos mostram que os Estados Unidos monitoram as ações da alta liderança militar e política da Ucrânia para “ter uma ideia clara” sobre a estratégia do país (ao mesmo tempo, em Kiev, os documentos que apareceram no domínio público foram chamados de “pseudo-vazamentos”). O vazamento também mostra o quanto a inteligência dos EUA está ciente dos planos da Rússia, escreve a agência.
Segundo o NYT, no total cerca de 100 páginas vazaram na Web, os jornalistas estudaram mais da metade. O Departamento de Justiça dos EUA anunciou ontem que iniciou uma investigação.