O bilionário Carlos Wizard é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, centro ilegal de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia e que prega o negacionismo, em particular a defesa da cloroquina e a recusa à vacina.
Os senadores da CPI da Covid aprovaram, nesta quarta-feira, uma série de requerimentos, entre eles o que promove a quebra de sigilos fiscal e bancário do empresário Carlos Wizard. O bilionário brasileiro teve, na semana passada, seus sigilos telefônicos e telemáticos quebrados pela comissão. A nova quebra é vista como uma forma de pressão, uma vez que enxergam que o empresário busca obstruir a apuração dos fatos que o envolvem.
Wizard é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, centro de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro na pandemia e que pregava o negacionismo, em particular a defesa da hidroxicloroquina e a recusa à vacina.
O “gabinete paralelo”, ao largo do Ministério da Saúde, são médicos, atuais e ex-assessores palacianos, um empresário bilionário e até um congressista que desprezaram a importância da vacina e enalteceram, em sintonia com Bolsonaro, a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid.
Oitiva
O gabinete paralelo participou de ao menos 24 reuniões no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Nelas estavam, por exemplo, a oncologista Nise Yamaguchi — em 5 encontros — e o deputado Osmar Terra (MDB-RS) — que foi a 11. Há elementos ainda da participação de mais seis médicos.
O bilionário tem depoimento marcado na comissão para esta quinta-feira, mas se encontra fora do país e pediu para que sua oitiva fosse no formato virtual. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), recusou o pedido e afirmou que todos os que se ausentarem terão suas intimações solicitadas ao um juiz penal da localidade. Essa solicitação deve conter pedido de condução coercitiva e a retenção do passaporte.
Requerimentos
Também foi aprovada a reclassificação de uma série de documentos recebidos pela comissão, que agora deixam de ser sigilosos e passam a ser acessíveis para toda a população. Perderam o sigilo 21 blocos de documentos, que foram encaminhados pelo Ministério da Saúde, Itamaraty e Fiocruz.
A aprovação dos requerimentos aconteceu durante sessão que também tem o depoimento do ex-governador Wilson Witzel, do Rio de Janeiro.
Fonte: CdB