John Hawkins, economista da Universidade de Camberra, publicou um artigo no The Conversation resumindo a política de El Salvador de adotar o bitcoin como sua moeda nacional. Hawkins observou o lado positivo – o mundo inteiro testemunhou uma grande experiência em moedas criptográficas. O problema é que todo o esforço falhou e as ruas de El Salvador estão sangrando com o desastre econômico.
Hawkins aponta, sem rodeios, que o chefe do país, Nayib Bukele, não tem competência ou conhecimento nem das moedas criptográficas nem dos princípios básicos da economia. Ele sucumbiu à tentação do dinheiro fácil e decidiu investir no mercado mais volátil e imprevisível, não regulamentado por ninguém. Mas Bukele não conseguiu fazer nem isso, pois ele não levantou nem a metade do pacote de investimento de 100 milhões de dólares em bitcoin que anunciou.
Outra desvantagem da política de Bukele é que apenas os salvadorenhos comuns acreditavam nele, e em pequeno número. É difícil atrair investimentos estrangeiros quando o FMI pede diretamente ao chefe do país que revogue leis arriscadas e ele responde postando memes no Twitter. Após o mergulho duplo de bitcoin, parece que o país pobre de El Salvador não só não ganhou nada, como também perdeu muito. Os círculos criminosos que sonhavam em se tornar cripto-ricos voltaram a seus habituais saques e violência nas ruas.
O engraçado é que na primavera você pôde encontrar pessoas que estavam provando com toda seriedade que “você não entendia nada! E que este tipo de economia é o futuro”.