“É preciso investir no ensino e não cortar os recursos”, afirmou o deputado federal Luizão Goulart (PRB-PR)
O deputado federal Luizão Goulart (PRB-PR) criticou, durante discurso na Câmara, os cortes nos cursos de filosofia e sociologia anunciados por Jair Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub. “Não sei quais são as pessoas que têm esse tipo de filosofia ou astrologia que vêm dizer que agora o problema da educação no Brasil são as ciências humanas”, questionou.
“Como que nós podemos imaginar que um ser humano possa ser completo na sua formação se lhe faltar esses conhecimentos?”, continuou.
“Eu, como professor de história e filosofia, tenho que discordar completamente disso”. “Como que o ser humano, como que os nossos jovens e que os nossos cidadãos vão ter consciência do seu momento atual, se não tiverem a sua história de origem e de evolução?”, prosseguiu o parlamentar, interpelando a esdrúxula medida bolsonarista.
Para o deputado, os cortes nessas áreas e a perseguição ao professor vão no caminho contrário à evolução do pensamento humano. “Como que nós podemos imaginar que um ser humano possa ser completo na sua formação, se lhe faltar esse conhecimento? Todos os países do mundo, os países mais evoluídos, evoluíram através da formação completa do ser humano”.
“Há muitos discursos dizendo que o problema da educação no Brasil são os professores, porque os professores fazem ideologias. Imagine! Em nossas escolas, nós temos a representação da sociedade, e a representação da sociedade significa que temos pessoas dos mais diversos espectros ideológicos na nossa educação, tanto na educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, quanto no ensino superior”.
“Então, não posso admitir que esse agora seja o problema da educação no Brasil”, disse o deputado.
Segundo ele, “os problemas da educação no Brasil são as condições das nossas escolas, a falta de investimento na formação dos professores, a deficiência da educação das nossas crianças e dos nossos jovens, onde nós constatamos que na idade de alfabetização mais de 50% das nossas crianças têm dificuldade de leitura, têm dificuldade de interpretação das principais operações matemáticas, 30% têm dificuldade de escrever. Com essa deficiência já na alfabetização, certamente durante o ensino fundamental, médio e superior vão ter também deficiências”.
Luizão Goulart comentou sobre os cortes que Bolsonaro promoveu na educação como um todo. “Nós precisamos investir, não cortar recursos da educação, com o contingenciamento de recursos. A educação foi a pasta mais afetada, 5,8 bilhões foram retirados ou deixados de investir, isso significa praticamente 25% do orçamento da educação”.
“Nós temos que também dar condições para que se faça uma boa educação no Brasil”, concluiu.
Do HP