Comércio macabro de órgãos e tecidos pode ser legalizado no Brasil
O policial militar e deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que ficou famoso ao destruir placa em homenagem à vereadora do PSOL Marielle Franco, apresentou na Câmara dos Deputados dois projetos de lei que preveem a doação compulsória de órgãos e tecidos.
Um deles, o PL 727/2019, estabelece a doação compulsória quando pessoas em confronto com agentes públicos de segurança tiverem morte encefálica. O outro, o PL 729/2019, estabelece a cessão de órgãos e tecidos em cadáver que apresentar indícios de morte por ação criminosa.
Na justificativa para a cessão dos órgãos de mortos por agentes de segurança, Silveira diz que a proposta tem caráter “humanitário” e “compensativo”.
Estes dois projeto de lei do deputado do PSL para extração compulsória de órgãos e tecidos de vítimas de tiroteio, seja em confronto com agentes públicos o que apresente indícios de morte por ação criminoso para doação é um absurdo e causa temor pelas consequências que poderá acontecer se estes dois projetos de lei for aprovado.
Vamos supor que um pai milionário, desesperado necessita de um doador para seu filho, ele pode em último caso recorrer aos milicianos para encomendar um confronto em um local previamente combinado onde está a suposto doador. É uma hipótese porém é uma situação verossímil. Mesmo porque hoje em dia é possível encontrar com certas facilidade um doador em potencial.
Atualmente para se ter uma ideia, “os milicianos” estão vendendo senhas para pacientes serem atendidos no hospital Bonsucesso -“Esse foi um dos motivos de Bebianno cair em desgraça”.
Isto fez recordar de uma notícia ocorrida ainda no período guerra fria na década 80 do século passado. Naquela época nós sintonizávamos pelas ondas curtas a rádio de Moscou, o qual era único meio de termos notícias da União Soviética sem as manipulações das mídias ocidentais. Foi então, noticiado que várias crianças de países da África subsaariana, encontradas mutiladas sem alguns órgãos internos, foram vítimas de traficantes de órgãos humanos que vendiam para milionários americanos e europeus. Na época essa notícia teve muita repercussão, porém vários meios de comunicação inclusive órgãos governamentais “do mundo livre” afirmaram que não passava de propaganda soviética, e que as crianças foram vítimas de ritual de magia negra.
Ocorre que as incisões e retirada dos órgãos internos foram realizadas por pessoas muito bem habilitadas, bem ao contrário do que aconteceria, caso fosse comprovado que as vítimas foram mortas devido à rituais de magia negra.
Tempos depois o caso caiu no esquecimento. Com essas duas leis caso aprovem, esse mesmo este tipo de comércio macabro poderá ser legalizado no Brasil.