Depois de anos tecendo críticas à Lula somado ao seu antipetismo figadal, e o seu apoiou ao impeachment fraudulento de Dilma em 2016, agora Magnoli pede Lula livre. Ironicamente, ele e o outro direitista, Reinaldo Azevedo, contribuíram em muito para o avanço de todo esse processo jurídico-midiático que culminou com a vitória da união do fundamentalismo religioso e do neofascismo representado por Bolsonaro. O resultado: professores e cientistas perseguidos, a volta da censura e vários outros retrocessos que a sociedade brasileira está passando.
Em um trecho de sua coluna na folha de São Paulo ele escreveu:
Hoje sabemos, graças à Vaza Jato, que os processos tinham cartas marcadas. O conluio entre Estado-julgador e Estado-acusador violou as leis que regulam o funcionamento do sistema de Justiça. A corte suprema tem o dever de preservar o Estado de Direito, declarando a nulidade dos julgamentos e colocando o ex-presidente em liberdade.
A constatação de Magnoli, coincide com a opinião de muita gente, que vem defendendo essa posição à muito tempo. Lula livre não é uma bandeira partidária, é a luta pela preservação das liberdades fundamentais, e por uma justiça imparcial.
Excetuando as acusações infundadas fruto de anos de militância antipetista, há também uma evidente confluência de opiniões acerca de toda obra farsesca de Moro e Dallagnol, desmascarada pelas publicações da Vaza Jato.
Ele encerra o texto defendendo que os fraudadores do judiciário sejam levados ao banco dos réus.
Moro e Dallagnol, comparsas, esculpiram juntos cada passo do processo, nos tabuleiros judicial e midiático. No Partido dos Procuradores, milita também a juíza Gabriela Hardt, que copiou a sentença de Moro para fabricar a do sítio —e que, num trecho original de sua peça plagiária, trata José Aldemário Pinheiro e Leo Pinheiro, nome e apelido da testemunha-chave, como pessoas distintas.
Batman, Robin e cia merecem sentar no banco dos réus sob a acusação de fraudar o sistema de Justiça. Lula livre, não por ele ou pelo PT, mas em defesa de um precioso bem público, de todos nós, ao qual tantos brasileiros pobres precisam ter acesso: o Estado de Direito. Que o ex-presidente seja processado novamente, segundo os ritos legais, e julgado por magistrados sem partido.
É pouco, mas é um bom começo de quem não se esperava por essa atitude. Serve de exemplo para Ciro Gomes e et caterva, que vê em Lula Livre um obstáculo para seus projetos políticos. Que falta faz Leonel Brizola!