Em uma das conversas, Dallagnol comparou dona Marisa Letícia a um vegetal, e disse que sua morte era “eliminação de testemunhas”. “O safado só queria passear”, disse o procurador sobre ida de Lula ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva
O procurador Deltan Dallagnol e outros ex-comandantes da operação Lava Jato querem impedir o acesso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às conversas trocadas via Telegram. A troca de mensagens, que incluía o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, foram entregues por um hacker à agência norte-americana de notícias The Intercept Brasil, que junto com outros veículos de imprensa publicaram a série conhecida como “Vaza Jato”.
Os procuradores pediram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que negue acesso ao conteúdo, hoje em poder da Polícia Federal. Em nota na sua coluna, a jornalista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, revela que os procuradores alegam que o acesso de Lula ao material fere o direito deles à intimidade, privacidade e que põe em risco a “segurança para a vida e a integridade física e moral de suas famílias”.
Outra alegação é que as conversas não foram submetidas à perícia.
Plenário
“O pedido, assinado também por procuradores como Januário Paludo e Laura Tessler, causou estranheza entre magistrados: quando comandavam a Lava Jato, os operadores divulgaram mensagens de investigados – e até mesmo conversas privadas da ex-primeira-dama Marisa Letícia com os filhos dela e de Lula”, informa.
Em uma das conversas, Dallagnol comparou dona Marisa Letícia a um vegetal, e disse que sua morte era “eliminação de testemunhas”. “O safado só queria passear”, disse o procurador sobre ida de Lula ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá.
Na última semana, Lewandowski determinou a entrega imediata do conteúdo ao ex-presidente Lula, que pretende incluir no rol das provas da perseguição por integrantes da Lava Jato. A decisão, inclusive, gerou outro pedido dos procuradores: querem que o ministro do STF reconsidere sua determinação ou submeta o caso ao Plenário da corte.
A tentativa de Dallagnol e colegas de barrar o acesso de Lula às conversas sugere que muitas outras conversas comprometedoras não chegaram a ser divulgadas.
Fonte: CdB