O governo do Equador decretou estado de exceção em meio a ondas protestos que varre o país contra aumento do combustível. Em várias cidades houve bloqueio de ruas e estradas, os transportes estão paralisados devido à greve geral por tempo indeterminado, e as aulas foram suspensas em todo o país
A onda de protestos é uma reação ao aumento do preço do diesel e da gasolina aditivada, por causa da eliminação de um subsídio estatal. A medida, com a qual o Governo pretende economizar 1,4 bilhão de dólares (mais de 5,7 bilhões de reais) por ano, é parte de um pacote de ajustes anunciado pelo presidente na noite de terça.
O novo preço do combustível que começou a vigorar à meia-noite desta quarta, elevou o preço da gasolina extra de 1,85 dólares para 2,22 dólares por galão* (ou seja, de 1,66 para 1,98 reais por litro). O diesel, combustível utilizado para o transporte de mercadorias, estava entre 1 dólar e 1,37 dólar por galão (de 0,90 a 1,23 real por litro), dependendo do tipo, e agora sobe a quase o dobro, chegando a pouco mais de 2,10 dólares por galão (1,89 real por litro). *N.E.: 1 galão equivale aproximadamente 3,8 litros.
O governo do presidente Lenín Moreno ao decretar o estado de exceção pretende garantir com essa medida a segurança em focos localizados de violência. O decreto é válido por 60 dias em todo o território nacional. Desde a meia-noite desta quarta-feira não há transporte, e as aulas foram suspensas em todo o Equador. Na manhã de quinta, os manifestantes elevaram o tom dos protestos, queimando pneus para bloquear ruas e estradas em várias cidades. Houve investidas policiais na capital, e militares foram mobilizados na sede do Governo, o palácio de Carondelet.
Em entrevista coletiva o presidente disse:
“Quero insistir em que as medidas anunciadas na terça-feira estão mantidas, especialmente as relacionadas com um subsídio perverso que estava causando muito dano ao país e que distorcia a economia”. “A fim de controlar os que desejam impor o caos, dispus o estado de exceção em nível nacional. Os direitos se exigem, [mas] sem prejudicar”, recriminou o presidente.
Já o presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Transporte Interprovincial de Passageiros (Fenacotip), anunciou pelas redes sociais sobre a greve geral:
“Esta medida é indefinida. Espero que o presidente tome a decisão correta. Sei que esta suspensão vai prejudicar o povo equatoriano, mas exigimos nossos direitos”