O povo chileno, que está nas ruas há mais de 40 dias contra a direita, está atacando delegacias e casas de militares, mostrando a disposição ao enfrentamento
As manifestações no Chile contra o governo de Sebastián Piñera, que tiveram início nos protestos contra o aumento no preço das passagens do transporte público, continuam há mais de 40 dias. A direita vem reprimindo os protestos violentamente, mas isso não está sendo suficiente para acabar com a mobilização. Os manifestantes vêm reagindo à repressão enfrentando diretamente a direita, atacando delegacias e casas de militares.
Diferentemente da situação no Equador, que foi temporariamente controlada através de um acordo feito entre o governo traidor de Lenín Moreno e lideranças do movimento popular, a mobilização chilena está mostrando o caminho que deve ser seguido por toda a América Latina. Mesmo diante da capitulação das organizações de massa do Chile, que estão procurando estabelecer algum acordo com o regime político, os manifestantes estão nas ruas exigindo a derrubada do governo por completo.
Em resposta à firmeza dos manifestantes, o governo Piñera vem aumentando exponencialmente seu aparato de repressão. Os militares chilenos estão reprimindo abertamente o povo nas ruas, tendo cegado mais de 200 pessoas por balas de borracha. Mais recentemente, o Senado chileno aprovou uma lei que proíbe o uso de máscaras pelos manifestantes. Há relatos, inclusive, de militantes que estão sendo sequestradas pelo próprio Estado chileno.
O objetivo dessa escalada da repressão é, obviamente, impedir, por meio do terror, que a mobilização cresça e tenha sucesso em pôr o regime abaixo. No entanto, mesmo que a repressão possa ter conseguido dispersar algumas manifestações, é fato também de que ela está servindo de motor para que os chilenos radicalizem seus métodos de luta.
Segundo algumas estimativas, cerca de 183 delegacias já foram atacadas pelos manifestantes, que não estão dispostos a serem esmagados pela direita. Vários militares tiveram suas casas atacadas, bem como vários quartéis. De acordo com relatos locais, manifestantes atacam os quartéis com pedras durante a noite inteira.
Os chilenos estão mostrando o único caminho a ser seguido pelos trabalhadores e pela juventude para conseguir barrar de fato a ofensiva da direita golpista. É preciso organizar todos os explorados em um amplo movimento que se disponha a enfrentar, até as últimas consequências, as aves de rapina do capitalismo e seus lacaios.
Fora Piñera. Fora imperialismo da América Latina!
Do DOC