Ex-secretário geral da presidência e homem forte de Bolsonaro, que depois foi transformado em inimigo, disse antes de morrer que enviou o aparelho aos EUA para caso algo lhe acontecesse
O depoimento do agora tucano Paulo Marinho, presidente do PSDB do Estado do Rio de Janeiro, à Polícia Federal (PF) conta agora com um reforço de peso contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Colunista do portal UOL, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, a jornalista Thaís Oyama noticiou, neste domingo, que “o telefone celular em que Gustavo Bebianno registrou um ano e meio de conversas com Jair Bolsonaro retornou ao Brasil”.
Segundo a colunista, o aparelho e está ‘muito bem guardado”, segundo um amigo do ex-ministro morto por infarto em março deste ano. “O aparelho estava nos Estados Unidos aos cuidados da irmã de Bebianno”, acrescentou. O depoimento de Marinho teve como consequência, até agora, a determinação judicial para que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) preste depoimento à PF, que apura se houve vazamento em uma operação policial que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito do presidente, e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Questões morais
“Em entrevista dada três meses antes de morrer ao programa 3 em 1, da Jovem Pan, o ex-aliado de primeira hora de Bolsonaro, mais tarde transformado em inimigo pelo presidente e sua família, revelou ter guardado ‘um material, inclusive fora do Brasil’ para o caso de algo lhe acontecer.
Depois de seu rompimento com Bolsonaro, Bebianno chegou a deletar o conteúdo do celular, segundo esse amigo, ‘num acesso de raiva’. Mais tarde, arrependeu-se e conseguiu restaurar os diálogos — a maioria em forma de áudio por Whatsapp”, acrescentou Oyama.
Ainda de acordo com a jornalista, “uma pessoa que conhece o teor das conversas afirma não ter identificado nelas indícios de crimes. Mas diz considerar que a revelação dos diálogos seria “destruidora” para o presidente.
Há lá questões morais muito pesadas — concluiu.
Coordenador de campanha
Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, responsável pelo acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018.
Fonte: UOL/CdB