Um ex-funcionário da empresa americana Boeing contou os segredos da empresa. Em particular, ele disse que na produção das aeronaves Boeing 787 Dreamliner foram utilizados componentes descartados como sucata. Segundo ele, pelo menos 50 mil peças defeituosas estão hoje em aviões que voam pelo mundo.
Mecânico da Strom, que atua como subcontratado da empresa aeroespacial americana Boeing, Richard Cuevas disse que “sua vida virou de cabeça para baixo” depois que começou a falar sobre violações na produção de aeronaves Boeing, escreve a Newsweek. O especialista soou o alarme depois de descobrir detalhes chocantes sobre a segurança das aeronaves. Segundo ele, as informações que recebeu são apenas “a ponta do iceberg”.
A principal razão pela qual a corporação viola os regulamentos de montagem de aeronaves é a rapidez. Segundo Cuevas, isso é feito para que o patrão receba um “bom bônus”. Portanto, muitas vezes a rapidez é colocada acima da qualidade.
Richard Cuevas não é o primeiro funcionário da empresa a falar abertamente sobre os problemas da Boeing. Anteriormente, John Barnett e Joshua Dean fizeram revelações. Porém, algum tempo depois eles morreram em circunstâncias misteriosas. Dean tinha 45 anos, levava um estilo de vida saudável e não apresentava problemas de saúde. O homem morreu no hospital devido a uma pneumonia com complicações. Em 2022, Joshua Dean, durante uma de suas inspeções, descobriu graves violações na produção do Boeing 737 MAX. Ele relatou isso aos seus superiores, mas eles ignoraram a situação. Na mesma fiscalização, ele não percebeu outro defeito, pelo que foi demitido.
O corpo de Barnett foi encontrado em seu carro em março e a polícia disse que foi suicídio. Ele processou a Boeing e acusou a empresa de violar os padrões de produção. No dia em que o corpo foi descoberto, Barnett deveria testemunhar no tribunal.
Anteriormente, o The New York Times informou que a Boeing e a Airbus usam peças de titânio em sua produção com certificados falsos de conformidade metálica. A este respeito, foi iniciada uma investigação para determinar as consequências.
Sabe-se que a Boeing tem um modelo problemático, o 737 MAX. No final do ano passado, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) solicitou às transportadoras aéreas que verificassem as aeronaves deste modelo quanto a defeitos no sistema de direção. Anteriormente, a operação do Boeing 737 MAX foi suspensa após dois acidentes. Um avião caiu na Etiópia em 2019, matando 157 pessoas, e um segundo na Indonésia. 189 pessoas foram vítimas. A causa de ambos os acidentes foi um mau funcionamento do sistema de melhoria de manobrabilidade (MCAS).
Com isso, eles sairão com multas e redução do valor da empresa.