Em março, 52,2% das internações em UTI no país foram de pessoas com até 40 anos e o percentual de pacientes que precisou de ventilação mecânica chegou a 58,1%
Segundo dados da plataforma UTIs Brasileiras, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19 as pessoas com menos de 40 anos são a maioria dos internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Também houve um aumento expressivo no número de pacientes graves com necessidade de ventilação mecânica sem nenhuma comorbidade.
Apenas no mês de março, 52,2% das internações em UTI no país foram de pessoas com até 40 anos e o percentual de pacientes que precisou de ventilação mecânica chegou a 58,1% do total. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O levantamento foi realizado a partir de uma amostra envolvendo 20.865 leitos de UTI no Brasil, o que corresponde a cerca de 25% de todas as unidades existentes no país, sendo 2/3 delas privadas e 1/3 públicas.
A taxa de ocupação em UTI em função da covid-19 segue elevada na maioria do país. No Rio Grande do Sul, o índice alcançou 94%. Às 13h de ontem, 3.203 pacientes estavam internados em 3.404 leitos.
Já no Rio de Janeiro, a ocupação chega a 90%, de acordo com o boletim epidemiológico do governo do estado. No estado de São Paulo, que vai avançar para a fase vermelha na próxima segunda-feira (12), houve redução nas novas internações, mas 11 regiões seguem com mais de 90% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados.
O ‘inferno furioso’ do Brasil com a covid-19
Na sexta-feira (9), foram registradas 3.693 mortes decorrentes da covid-19 em 24 horas no Brasil. O total de óbitos desde o início da pandemia, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), já chega a 348.718. O país deve passar a marca das 350 mil vítimas do novo coronavírus neste sábado.
O epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS) Bruce Aylward, se referiu à crise sanitária provocada pela covid-19 no Brasil como um “inferno furioso”. “Situação é muito, muito preocupante”, sintetizou o cientista, cobrando mais uma vez a implementação de medidas sérias para conter a disseminação do vírus.
Fonte: RBA