Brasil: maus tratos a indígenas colocam o governo fascista entre regimes genocida

Em uma aldeia Maimasi, em Roraima, uma criança yanomami descansa, sem forças, em uma rede. As costelas expostas pela desnutrição, a malária e a verminose são provas contundentes do abandono

indígenas
Com verminose e malária, criança yanomami dorme em rede na aldeia Maimasi, perto da Missão Catrimani, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima

A falta de apoio do governo federal aos indígenas coloca a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre os regimes genocidas, em curso no mundo. Denúncias nesse sentido já foram encaminhadas ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e aos organismos das Nações Unidas. Tais processos foram reforçados, neste fim de semana, com a divulgação de uma foto.

Em uma aldeia Maimasi, em Roraima, uma criança yanomami descansa, sem forças, em uma rede. As costelas expostas pela desnutrição, a malária e a verminose são provas contundentes do abandono. “A primeira equipe médica no local em seis meses não dispunha de medicamentos suficientes para tratar toda a aldeia”, reporta a agência brasileira de notícias FolhaPress.

“A foto dessa criança e a história por trás dela foram obtidas pelo missionário católico Carlo Zacquini, de 84 anos, que atua entre os yanomamis desde 1968. Ele é cofundador da Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que deu visibilidade aos problemas causados pelos brancos, promoveu atendimento em saúde e lutou pela demarcação, concluída em 1992”, acrescenta a reportagem.

Invasores

O território yanomami sofre com o aumento da malária e com a desnutrição infantil crônica, que atinge 80% das crianças até 5 anos, segundo estudo recente financiado pela Unicef e realizado em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde. Os indígenas também enfrentam uma grande onda de garimpo, incentivado por promessas do presidente Jair Bolsonaro para legalizá-los e pelo alto preço do minério.

São cerca de 20 mil invasores morando ilegalmente na Terra Indígena Yanomami, contaminando os rios com mercúrio, contribuindo para espalhar a covid-19 e a malária; além do álcool e da prostituição.

A fotografia foi feita por volta de 17 de abril. O pessoal das equipes de saúde tem receio de denunciar essa situação, pois podem ser punidos, colocados em lugares mais penosos ou ser demitidos. Vários polos de saúde estão abandonados. Não há estoque de medicamentos para verminose na sede do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei), em Boa Vista. Até para malária a quantidade é limitada.

O posto de saúde tem muita dificuldade para conseguir medicamentos. Faltam profissionais para revezamento e falta gasolina para deslocamento. Há três meses, eles usam a canoa com rabeta (motor) dos próprios yanomamis.

Fonte: FolhaPress

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