Bolsonaro volta a atacar o Congresso: “Pô, querem me deixar como rainha da Inglaterra?”

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Bolsonaro em frente ao Palácio do Alvorada no sábado (22). Foto: José Cruz – Agência Brasil

Bolsonaro voltou a atacar e se queixar das decisões do Congresso no sábado (22). Segundo ele, o legislativo está passando a ter “superpoderes” e quer deixá-lo como uma “rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa.

“Pô, querem me deixar como rainha da Inglaterra? Este é o caminho certo?”, perguntou Bolsonaro.

Bolsonaro reclamou de um projeto na Câmara que, na visão dele, transfere aos parlamentares o poder de indicar para cargos das agências reguladoras. “Se isso aí se transformar em lei, todas as agências serão indicadas por parlamentares. Imagina qual o critério que vão adotar. Acho que eu não preciso complementar”, questionou Bolsonaro, acrescentando que “o Legislativo, cada vez mais, passa a ter superpoderes” e disse que o pacto entre Executivo, Legislativo e Judiciário deveria ser algo vindo “do coração”.

“Com todo respeito, nem precisava ter um pacto. Isso precisava ser do coração, do teu sentimento, da tua alma”, disse na saída do centro médico do Palácio do Planalto, onde foi pela manhã para fazer exames antes de embarcar para o Japão, na terça-feira (25) para participar da reunião do G-20.

Bolsonaro distorceu intencionalmente o projeto aprovado pelos parlamentares, em 6 de junho, e que está sobre a sua mesa para sanção ou veto.

A lei aprovada não passa para o Legislativo a responsabilidade de indicar conselheiros, diretores, presidentes, diretores-presidentes e diretores-gerais das agências reguladoras. A escolha continua sendo do presidente da República, mas agora ele teria que selecionar um nome de uma lista tríplice que será elaborada por uma comissão de seleção.

A composição e os procedimentos deste colegiado serão estabelecidos em regulamento, que deve ser feito por decreto do próprio presidente da República.

O Senado também retirou trechos polêmicos que foram incluídos na proposta alterando a Lei Geral das Estatais. Com isso, foram derrubados pontos que possibilitariam a nomeação de políticos e seus parentes para cargos de direção em empresas estatais.

Em resposta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não comentaria as declarações de Bolsonaro. “Não vou responder, pois acho que ele não compreendeu o projeto”, afirmou Maia.

Bolsonaro também criticou a derrubada de dois dos seus decretos pelo Congresso, um deles o das armas. “Ora recebo crítica do Parlamento que não mando projeto para lá, ora, se mandar um outro [projeto] agora atrapalha a Previdência. Eu levo pancada o tempo todo”, lamentou-se.

Com seu discurso de vitimização ante o Congresso, Bolsonaro quer jogar a culpa nos parlamentares pela inexistência de seu governo.

Do HP
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