Bolsonaro não apenas convocou a população para as manifestações golpistas, mas participou dos atos públicos, nesta manhã, de dentro de um veículo oficial da Presidência da República
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus seguidores burlaram, neste domingo (15/03), todas as normas que o Ministério da Saúde emitiu para proteger a população contra o novo coronavírus Covid-19, responsável pela morte de milhares de pessoas ao redor do mundo. Na manhã deste domingo, na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, e em Brasília, uma pequena multidão pediu a volta da ditadura militar e a reedição do Ato Institucional número 5 (AI-5), que fechou o Congresso e amordaçou o Poder Judiciário.
Bolsonaro não apenas convocou a população para as manifestações golpistas, mas participou dos atos públicos, nesta manhã, de dentro de uma viatura oficial da Presidência da República. Houve, ainda, pequenos protestos registrados em outras capitais, a exemplo de Salvador e Belo Horizonte.
“Agenda Pessoal”
Desde as primeiras horas da manhã, Bolsonaro estimulou os protestos, com mensagens nas redes sociais. No início desta tarde, o mandatário neofascista deixou o Palácio da Alvorada se dirigiu para a Esplanada dos Ministérios, onde um grupo de fanáticos o aguardava. Questionado sobre a atitude, contrária à orientação do próprio governo, o Planalto desconversou. A Secretaria de Comunicação Social (Secom), cujo diretor encontra-se em isolamento, após ser diagnosticado com a Covid-19, disse apenas que Bolsonaro cumpria “agenda pessoal”.
Os atos públicos, em tempos de coronavírus, serviram também para a tentativa de criação do partido Aliança pelo Brasil, de orientação neofascista. No Rio e em Brasília foram montados postos para coleta de assinatura para filiação à legenda, que enfrenta ações judiciais por incluir pessoas mortas, no cadastro entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fonte: CdB