Caso seja derrotado nas urnas, ou simplesmente resolva não participar da campanha eleitoral, por qualquer motivo, Bolsonaro ainda manterá os proventos e as benesses relativas à Presidência da República, a exemplo dos vencimentos, estrutura administrativa e equipes de segurança.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tem sido aconselhado por assessores próximos, ligados ao núcleo político do governo, a manter a expectativa de que será candidato à reeleição, no ano que vem, mas deixar a arena eleitoral antes que se iniciem os debates públicos nos meios de comunicação. Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, nesta sexta-feira, uma derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno, seria devastadora para os seus planos futuros.
— Melhor que ele deixe a corrida eleitoral sem passar, mais uma vez, pelo teste das urnas, e evite assim uma possível derrota logo na largada para o seu principal adversário. Mesmo que uma eventual renúncia à candidatura venha a favorecer um de seus outros desafetos, a exemplo do ex-ministro Sérgio Moro, a alternativa de não concorrer à reeleição seria menos traumática do que a exposição pública de todas as razões que o tem levado a desabar nas pesquisas de opinião. Os tempos, agora, são outros — disse o interlocutor de um dos ministérios do Planalto, em condição de anonimato.
Capital político
Caso seja derrotado nas urnas, ou simplesmente resolva não participar da campanha eleitoral, por qualquer motivo, Bolsonaro ainda manterá os proventos e as benesses relativas à Presidência da República, a exemplo dos vencimentos, estrutura administrativa e equipes de segurança. Somados, os benefícios concedidos superam a casa de R$ 1 milhão por ano.
Se concorrer à reeleição, no entanto, o acirramento dos ânimos políticos durante o período eleitoral poderá resultar em novos processos que, de alguma forma, coloquem em risco o que o mandatário neofascista conquistou, até agora. Observado de perto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta da série de denúncias de disseminação de notícias falsas, na última campanha, uma ocorrência mais grave na conduta do possível candidato seria prejudicial, no futuro, aos planos de se manter na vida pública diante a provável cassação de seus direitos políticos, caso incorra em qualquer dos crimes de que é, atualmente, acusado.
Suposta facada
Uma vez que encontre um argumento forte o suficiente para não seguir adiante na disputa eleitoral, como seu estado de saúde sabidamente frágil, antes mesmo da suposta facada em Juiz de Fora (MG), ainda em 2018, Bolsonaro estará livre para, no futuro, tentar uma volta ao Parlamento, seja na Câmara dos Deputados, de onde saiu, ou no Senado.
— A permanecer na condição de candidato, com todos os números das aferições aos eleitores em queda consistente, Bolsonaro abre mão do capital político de que ainda dispõe — resumiu a fonte.
Fonte: CdB