O bispo evangélico passava “óleo ungido” nas partes íntimas de uma de suas vítimas, de apenas 13 anos. A adolescente desenvolveu síndrome do pânico
Volta e meia é noticiado vários abusos cometidos por líderes religiosos. A proliferação em massa de certas denominações religiosas, em que qualquer tipo de pessoa pode criar sua própria igreja, transformando-os repentinamente em “homens e mulheres de deus”, os colocam na posição de pessoas acima de qualquer suspeita pelos fiéis, criam ambiente propicio para fraudes financeiras e crimes sexuais.
Desta feita, o bispo evangélico João Batista dos Santos, de 40 anos, foi preso na madrugada da quarta-feira (19) acusado de cometer vários estupros contra fiéis e frequentadoras de templos religiosos situados no Distrito Federal e em Goiás.
O religioso de 40 anos foi detido no Aeroporto Internacional de Brasília, quando voltava de Foz do Iguaçu, no Paraná. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a denúncia mais recente partiu de uma adolescente de apenas 13 anos.
A princípio, João Batista indicou para a menina um “tratamento” de orientação sexual que consistia em passar o que ele dizia ser ‘óleo ungido’ nas partes íntimas dela.
“Ele disse que poderia ajudar e foi aí que aconteceu o primeiro abuso, que passou a ser reiterado. Posteriormente, descobrimos que ele já tinha outras ocorrências no nome dele com o mesmo modus operandi“, revelou o delegado chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Pablo Aguiar.
De acordo com investigadores, o bispo buscava a garota em casa e falava aos pais da menina que ela o ajudaria a resolver algumas questões relacionadas ao culto. Quando se certificava de que estavam sozinhos, ele a despia e praticava o estupro.
João Batista ainda teria pedido para que a adolescente lhe enviasse fotos nuas, sob a alegação de que precisava das imagens para orar por ela no monte. A vítima desenvolveu síndrome do pânico e, no meio do tratamento, contou ao profissional e aos pais, já em 2019, a violência sexual sofrida.
Apesar de a unidade policial ter dado como encerradas as investigações relacionadas aos quatro casos, o chefe da 27ª DP pede que novas vítimas não hesitem em procurar a delegacia para denunciar.
Mais abusos
Contra o bispo há registro de outros quatro abusos. O primeiro é datado de 2013. “Ele chegou a ser condenado por estupro de vulnerável, mas estava recorrendo em liberdade”, frisa o delegado. Os outros casos são de 2014, 2016 e 2017.
No de 2014, em um processo no DF aberto para investigar supostos abusos contra uma jovem de 21 anos e uma adolescente de 15, João Batista dos Santos foi absolvido. O mesmo ocorreu em 2017, quando acabou isento em processo registrado na 14ª DP (Gama) no qual era apurado denúncia de estupro de duas garotas: uma de 16 e a outra de 17 anos.
Já no de 2016 acabou condenado por violação sexual mediante fraude contra uma mulher de 19 anos. “Esse bispo diz ser presidente de oito igrejas, mas conseguimos confirmar apenas quatro: Recanto, Gama, Cristalina e Goiânia. Acreditamos que ele possa ter feito muito mais vítimas em cada uma delas”, analisa Pablo Aguiar.
Noutras situações, diz o delegado, a mesma história se repete. “Em alguns casos, ele penetrou nas vítimas dizendo que isso ajudaria a retirar uma maldição. Posteriormente, ele iria a algum monte para se livrar dela”, relata o chefe da 27ª DP.
Fonte: pragmatismopolitico