Um grupo de astronômos americanos exige que o nome do navegador português Fernão de Magalhães, que fez a primeira viagem à volta ao mundo, seja retirado dos nomes dos objetos espaciais por ser um “assassino e proprietário de escravos”, relata o The Guardian.
O jornal cita um artigo de uma das autoras da chamada, a astrônoma Mia del los Reyes, do Amherst College, em Massachusetts.
Vários objetos espaciais levam o nome de Magalhães. Durante uma viagem ao redor do mundo em 1519-1522, um dos membros da equipe de Magalhães descreveu objetos estelares conhecidos desde a antiguidade, que ficaram conhecidos como Nuvens de Magalhães – Grandes e Pequenas. Estas são as duas maiores galáxias satélites da Via Láctea, que estão ligadas pela Ponte de Magalhães (uma estrutura de gás e estrelas), delas emana uma corrente de gás chamada Corrente de Magalhães, e tudo isso junto é chamado de sistema de Magalhães.
A principal reclamação dos astrônomos ativistas contra Magalhães é que ele cometeu “coisas assustadoras” durante suas expedições. Nas ilhas onde hoje é Guam e nas Filipinas, “ele e os seus homens queimaram aldeias inteiras e mataram os seus habitantes”, e no que hoje é a Argentina, ele escravizou jovens e algemou-os.
Os investigadores acreditam que os objetos astronômicos não devem receber nomes de pessoas associadas a “um legado colonial brutal” e apelam à União Astronômica Internacional para renomear as Nuvens de Magalhães.
A discussão sobre renomeação na comunidade científica não se limita às estrelas. Tem havido uma discussão recente sobre renomear espécies que receberam nomes, por exemplo, de Hitler ou Mussolini. Agora, dois insetos levam o nome do líder do Terceiro Reich. É verdade que uma coisa é que Rochlingia hitleri, segundo os cientistas, foi extinta há milhões de anos. O segundo, Anophtalmus hitleri, é considerado raro.
A borboleta Hypopta mussolinii recebeu o nome do ditador italiano. Os pedidos de renomeação já foram enviados às organizações responsáveis.