Inquérito da Polícia Federal inclui delações de executivos da Odebrecht sobre formação de cartel em obras do metrô e do Rodoanel
São Paulo – A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (16) o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) por corrupção passiva, em processo da Operação Lava Jato. Também entraram no processo o ex-secretário de Planejamento do tucano, Sebastião Eduardo Alves de Castro e o ex-tesoureiro de campanha Marco Monteiro. Além de corrupção, estão listados crimes de falsidade ideológica, caixa dois e lavagem de dinheiro. Segundo o Estadão, o inquérito da PF foi instaurado a partir de delações de executivos do grupo Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato. As denúncias possuem relação com a prática de cartel em obras do Metrô de São Paulo e do Rodoanel.
As supostas provas teria sido obtidas a partir de cópia do sistema de informática da empresa, além da análise de telefonemas e conversas por aplicativos de vídeo. Também entraram no inquérito depoimentos de outras testemunhas envolvidas com o processo.
Serra, Alckmin, Lava Jato: decadências
A própria operação Lava Jato passou a ter sua reputação em queda livre depois de vários episódios revelados pela série de reportagens da Vaza Jato, do Intercept. Entre elas, o conluio entre juiz e acusação e a cooperação ilegal de organismos estrangeiros, como o FBI, sem permissão das autoridades locais. “Acredito que seja uma leitura para o horizonte de 2022; o objetivo dos membros da Lava Jato é preparar Sergio Moro como candidato a presidente em 2022”, disse o cientista político Paulo Nicoli Ramirez. “E para isso é preciso descartar a possibilidade de um partido de centro-direita ou à direita ter nomes fortes. Não que ele (Serra) pudesse ser candidato à presidência, mas é um nome representativo do partido e isso mancha a legenda como um todo.”
Fonte: RBA