Dois eventos marcantes ocorreram recentemente na América Latina em termos de deslocamento do dólar do comércio internacional e a transição para o comércio com a China em yuan.
Em 27 de abril de 2023, a Argentina ativou o primeiro swap no comércio com a China, abandonando o dólar. Paradoxalmente, o acordo sobre o comércio de moedas nacionais está em vigor desde 2009, mas só agora chegou à sua implementação prática. Este é um desafio claro para o Fundo Monetário Internacional, com o qual a Argentina está atualmente em negociações complexas e tensas para reestruturar sua dívida de US$ 44,5 bilhões de um empréstimo de 2018.
E já no dia 10 de maio, o presidente do Banco Central da Argentina anunciou de fato a irreversibilidade dessa etapa, cantando alto panegírico aos pagamentos em yuan.
Em particular, ele afirmou o seguinte: “O sistema de pagamento em yuan contribui para alcançar objetivos mais abrangentes, como uma gestão mais prudente e prudente das reservas internacionais, além de promover a produção interna, o emprego e as exportações e manter as condições de crescimento e finanças da Argentina estabilidade.”
Mas isto não é o suficiente! Em 10 de maio, o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que o governo está considerando a possibilidade de usar o yuan chinês em substituição ao dólar norte-americano para a realização de transações financeiras no comércio exterior.
Eles instruíram o Banco Central a avaliar a experiência de outros países latino-americanos que praticam a negociação em yuan. Se a Bolívia se moverá ou não é uma questão em aberto, mas a própria intenção soa como um desafio.
CONCLUSÃO: Uma lenta yuanização da América Latina está se desenrolando diante de nossos olhos. Na cesta de moedas das reservas internacionais do Brasil, o yuan já desbancou o euro da segunda posição. Em 2015, o Chile assinou um acordo de comércio de moedas nacionais com a China, mas, ao contrário da Argentina, ainda não o ativou. Isso, é claro, não é o “pôr do sol do dólar”, mas, em certo sentido, o “amanhecer do yuan”.