Sou desconfiado, e desconfio que sempre há “algo por detrás da moita”. Com a libertação de Lula não foi diferente, já estava como certo que a questão da admissão da prisão em segunda instância era fato consumado, quando o placar já estava 4×3. As engrenagens da “máquina de moer gente” já estava azeitada pronta para se movimentar. Mas, eis que na última rodada do julgamento veio a surpresa com votos de Celso de Melo, Gilmar Mendes e Dias Tóffoli como voto de minerva, a “posição” legalista havia triunfado!
Triunfado? Será mesmo que de uma hora para outra o Supremo acovardado havia mudado de posição? E o voto da Rosa Weber será que ela se encheu de coragem e contrariou a opinião “publicada”! E Dias Tóffoli, que inúmeras vezes se posicionou de forma contrária a qualquer tentativa de garantir direitos a Lula, desde habeas corpus até o direito de dar entrevistas, atropelando decisão do ministro Ricardo Lewandowski.
Penso que essa decisão de manter como está na Constituição tem um preço. O STF atua de acordo com o “tempo político”.
A confirmação do princípio da presunção da inocência e por conseguinte a libertação de Lula, foi um recado para Bolsonaro e seus filhos não ultrapassarem a linha. Apesar de Bolsonaro seguir a risca o receituário das forças do mercado, suas enrascadas que orbita a área criminal e as atrapalhadas de seus filhos acabam causando problemas para o mundo dos negócios.
Desde que Lula foi solto o Carluxo (Carlos Bolsonaro) permanece em silêncio, inclusive ele anunciou sua saída das redes sociais por um mês, decisão esta que foi muito aplaudida pelo mercado.
Lula, provavelmente não o deixarão concorrer para eleição presidenciais em 2022, sempre encontrarão uma maneira para impedi-lo de concorrer, assim como fizerem 2018. Mas a sua sombra pairando sobre as cabeças do clã Bolsonaro serve como freio para impedir que seus impulsos mais primitivos sejam liberados.