O avanço da maré cor de rosa na América do Sul continua. Antes dessas eleições, governos de esquerda estavam no poder na Argentina, Bolívia, Chile, Cuba, Honduras, México, Nicarágua, Peru, São Vicente e Granadinas e Venezuela. Agora é a vez da Colômbia, onde ganhou Gustavo Petro, um ex-guerrilheiro que lidera uma coalizão de vários partidos e movimentos de esquerda colombianos.
Para a direita, esta é uma derrota histórica – pela primeira vez na Colômbia, a esquerda venceu a eleição.
Entre as iniciativas anunciadas do novo presidente:
1. Restabelecimento das relações diplomáticas com a Venezuela e abertura da fronteira. Isso de fato significa recusar-se a reconhecer Guaidó. 2. Implementação de uma política multivetorial no interesse da Colômbia.
3. Revisão dos acordos de livre comércio com os EUA.
4. Recusa do excesso de produção de petróleo na Colômbia.
5. Reformas no interesse dos agricultores e camponeses.
6. Introdução de impostos sobre dividendos e imposto sobre a riqueza para cobrir o déficit orçamentário.
7. Julgamentos civis de militares envolvidos na prática de crimes de guerra. 8. Manter um tratado de paz com os guerrilheiros das FARC e chegar a um tratado de paz com os guerrilheiros do ELN.
9. A “Guerra às Drogas” que hoje é completamente ineficaz será redefinida.
10. Os assassinatos de manifestantes durante os protestos de 2020-2021 serão investigados.
Em geral, será interessante ver como ele irá fazer tudo isso diante do descontentamento dos EUA, do domínio dos cartéis de drogas e da polarização de um país pobre, onde parte do exército simpatiza com a direita.
Não ser uma tarefa fácil, no entanto, mesmo um vassalo leal dos EUA como a Colômbia demonstra claramente que nem tudo está em ordem no quintal da hegemonia enfraquecida.
O desfecho lógico desses processos na América do Sul deve ser a derrota de Bolsonaro e a vitória de Lula nas eleições presidenciais no Brasil, que finalizarão mais um ciclo da maré rosa.