Forças de segurança reprimiram manifestações que aconteciam em várias áreas de Santiago; Piñera decretou estado de emergência na madrugada deste sábado
Os protestos no Chile contra o aumento da tarifa do Metrô de Santiago continuam neste sábado (19/10) logo após o presidente chileno Sabastián Piñera decretar estado de emergência na capital nesta madrugada.
Em diversos pontos da capital, foram registradas marchas e panelaços marcando mais um dia de protestos contra a subida do preço no transporte público.
Após o decreto de estado de emergência de Piñera, forças de segurança reprimiram manifestações que aconteciam em várias áreas de Santiago como Plaza Maipú, Puente Alto e Plaza Baquedano. De acordo com o governo, cerca de 6 mil carabineros foram deslocados até a capital para “resguardar 50 pontos críticos” do Metrô.
O valor do bilhete subiu de 800 pesos para 830 pesos (1,13 dólares para 1,17 dólares) há cerca de duas semanas. Segundo o presidente do Sindicato do Metrô, Eric Campos, “os mais pobres terminam pagando grande parte do uso de um serviço quando, na verdade, nós entendemos que um transporte de qualidade com uma tarifa justa é um direito”.
Nesta sexta-feira, diversas estações de metrô da capital foram ocupadas por manifestantes, que foram reprimidos pela polícia. Segundo dados do governo, 308 pessoas foram presas, sendo que 11 civis ficaram feridos. Cerca de 40 estações metroviárias ficaram afetadas por conta dos episódios de violência, o que fez o metrô suspender as atividades neste sábado.
Ainda nesta manhã, a coalizão de esquerda Frente Ampla, que faz oposição ao governo de Piñera, realizou uma reunião para discutir a postura da legenda frente aos protestos.
Segundo a porta-voz da FA e ex-candidata à presidência, Beatriz Sánchez, “o governo renunciou à democracia” e as manifestações marcam “uma linha divisória” no país.
“Nós, como Frente Ampla, dizemos claramente que estamos com o povo”, afirmou Sánchez. Segundo a opositora, “a tarifa do Metrô é só a ponta do iceberg que tem a ver com abusos muito mais profundos e que datam de muito tempo atrás”.
Do Ópera Mundi